A casa, que deveria ser o espaço mais seguro, também pode ser palco de situações de risco. Escorregões, cortes e queimaduras acontecem com mais frequência do que se imagina, especialmente em lares com crianças e idosos. Segundo a professora Jussara Lisboa, coordenadora do curso de Enfermagem da Cruzeiro do Sul Virtual, conhecer o básico de primeiros socorros é essencial para reduzir sequelas e evitar tragédias.
“Ter conhecimento inicial de primeiros socorros é essencial, pois saber como agir diante de uma emergência pode evitar complicações graves, reduzir riscos de morte e minimizar possíveis sequelas”, explica a especialista.
Os três acidentes domésticos mais comuns
Alguns acidentes exigem ação imediata. Saber reconhecer os sinais e aplicar os cuidados corretos até a chegada da ajuda profissional pode fazer toda a diferença.
1. Queimaduras
São provocadas por líquidos quentes, vapor, fogo, óleo, ferro de passar e até sol excessivo. A primeira medida é resfriar a região com água corrente fria por cerca de 15 minutos. Isso ajuda a aliviar a dor e impedir que a queimadura se aprofunde.
“Nunca use pasta de dente, manteiga ou qualquer produto caseiro”, orienta Jussara. Se a queimadura for extensa, com bolhas grandes ou atingir áreas sensíveis, como rosto e genitais, o ideal é cobrir com um pano limpo e acionar o SAMU (192) ou o Corpo de Bombeiros (193).

2. Hemorragias
Os cortes são frequentes na cozinha, durante a limpeza ou em pequenos acidentes com objetos cortantes. O mais importante é interromper o sangramento. “A compressão direta, com gaze ou pano limpo, é a primeira medida a ser feita”, explica a docente.
Se o sangramento não parar após alguns minutos ou for muito intenso, a vítima deve ser levada imediatamente ao pronto-socorro.
3. Engasgos
Comum entre crianças e idosos, o engasgo exige rapidez. Nesses casos, a manobra de Heimlich pode salvar uma vida. Para adultos, deve-se posicionar atrás da pessoa, envolver a cintura com os braços e pressionar o abdômen, logo abaixo do esterno, com movimentos firmes para dentro e para cima.
Se o engasgo acontecer com uma criança pequena, o indicado é colocá-la de bruços sobre o antebraço e aplicar cinco tapas leves nas costas. “Estar preparado para lidar com essas situações pode fazer toda a diferença até que o socorro profissional chegue”, reforça Jussara.
O que todo lar deve ter: o kit de primeiros socorros
Manter um kit de primeiros socorros completo e bem guardado é uma forma simples de estar preparado. A professora orienta incluir:
- Soro fisiológico e álcool 70%
- Antissépticos tópicos e água oxigenada
- Gaze, esparadrapo, curativos adesivos e ataduras
- Tesoura sem ponta e pinça
- Termômetro, luvas descartáveis e máscaras
- Bolsa térmica de gel e um manual básico de primeiros socorros
“Evite usar produtos não esterilizados, medicamentos sem prescrição ou receitas caseiras em ferimentos. Isso pode agravar o quadro”, alerta a especialista.
Quando é hora de chamar ajuda
Nem sempre o primeiro atendimento doméstico é suficiente. Jussara explica que é fundamental reconhecer quando a emergência precisa de suporte profissional imediato. A orientação é ligar para o SAMU (192) ou para os Bombeiros (193) se houver:
- Inconsciência ou ausência de resposta da vítima
- Dificuldade intensa para respirar ou sinais de asfixia
- Sangramento abundante que não cessa com compressão
- Queimaduras graves, profundas ou em áreas extensas
- Suspeita de fraturas expostas ou traumas na cabeça
- Dor no peito, formigamento ou paralisia facial (sinais de infarto ou AVC)
- Convulsões prolongadas ou repetidas
- Reação alérgica grave com falta de ar ou queda de pressão
“Nessas situações, tentar resolver sozinho pode colocar a vida da pessoa em risco. O ideal é manter a calma, aplicar os primeiros socorros básicos e chamar ajuda profissional imediatamente”, conclui Jussara.
Resumo:
Queimaduras, cortes e engasgos estão entre os acidentes domésticos mais comuns, e saber agir pode evitar sequelas e salvar vidas. Segundo Jussara Lisboa, da Cruzeiro do Sul Virtual, manter um kit de primeiros socorros em casa e acionar o socorro nos casos graves é essencial para garantir segurança e reduzir riscos.
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