Durante o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, especialistas reforçam que o tratamento da doença vai além da cura: ele envolve também o cuidado com a autoestima e o bem-estar emocional da mulher. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 70 mil novos casos por ano, sendo o tipo mais incidente entre as mulheres. Nesse contexto, a oncoplastia vem ganhando destaque por unir segurança oncológica e resultado estético, permitindo que a paciente enfrente o câncer sem perder a própria identidade.
A oncoplastia combina princípios da cirurgia oncológica e da cirurgia plástica para remover o tumor com segurança e, simultaneamente, reconstruir ou remodelar a mama. A mastologista Dra. Marcela Marçal explica que a técnica é indicada tanto para casos de quadrantectomia (retirada parcial da mama) quanto para mastectomias (retirada total). “A grande vantagem é que conseguimos tratar o câncer de forma eficaz e, ao mesmo tempo, preservar a feminilidade da paciente. Isso faz uma diferença enorme no processo de recuperação física e emocional”, afirma.
De acordo com a especialista, o planejamento da oncoplastia é totalmente individualizado e leva em consideração o tamanho e a localização do tumor, além das características anatômicas e do desejo da paciente. “Cada mama é única, e o tratamento precisa respeitar isso. Em muitos casos, conseguimos resultados tão naturais que a paciente se sente confiante novamente logo nas primeiras semanas após a cirurgia”, ressalta Dra. Marcela Marçal.
A médica explica que existem diferentes níveis de complexidade na oncoplastia. Nos casos mais simples, é possível apenas remodelar o tecido remanescente da mama. Já nas situações mais avançadas, pode ser necessário o uso de próteses ou retalhos de tecido da própria paciente. “O importante é que o foco oncológico nunca é deixado de lado. A estética é um complemento do cuidado integral, não uma prioridade isolada”, enfatiza.
Além dos benefícios estéticos, o impacto psicológico é significativo. Muitas mulheres relatam que a oncoplastia ajuda a reconstruir não apenas o corpo, mas também a autoestima. “Ver-se no espelho e continuar se reconhecendo é um passo fundamental para a recuperação emocional. A cirurgia não é só sobre a mama, é sobre devolver dignidade e segurança a quem passou por um diagnóstico tão desafiador”, destaca a mastologista.
Por fim, Dra. Marcela Marçal reforça a importância de um diagnóstico precoce e de um acompanhamento multidisciplinar. “Quanto mais cedo identificamos o câncer, maiores são as chances de preservar a mama e oferecer um tratamento menos invasivo. A oncoplastia é a prova de que é possível cuidar da saúde e da beleza com o mesmo olhar de atenção e respeito à mulher”, conclui.