Outubro é o mês das crianças e, com ele, surge a vontade de muitas famílias de surpreender os pequenos com um novo amigo de quatro patas. No entanto, antes de transformar o desejo em realidade, é importante lembrar: pet não é brinquedo.
De acordo com a psicóloga Juliana Sato, especialista em luto pet e comportamento humano, presentear uma criança com um animal de estimação sem planejamento pode trazer consequências sérias.
“O problema é que o gesto parte da emoção do adulto, e não da consciência da criança sobre o que significa cuidar de uma vida. Quando o pet é recebido como um objeto de consumo, corre o risco de ser visto como brinquedo e, com o tempo, pode sofrer abandono ou negligência”, explica.
Por outro lado, a convivência com animais de estimação pode ser extremamente positiva para o desenvolvimento emocional infantil, desde que seja uma escolha consciente e coletiva da família. “Os pets ensinam empatia, cuidado, paciência e respeito. Eles ajudam a reduzir a ansiedade, melhorar a autoestima e estimular habilidades sociais. Mas o aprendizado vem do exemplo e do acompanhamento dos pais”, afirma a especialista.
Planejamento familiar: o primeiro passo para a adoção
Antes de trazer um animal de estimação para casa, é fundamental que a decisão seja tomada em conjunto. Avaliem se o lar tem estrutura adequada, se todos os membros da família estão de acordo e se haverá tempo e recursos para cuidar do bichinho. Um planejamento bem feito evita frustrações e garante que o pet seja acolhido com responsabilidade.
Como envolver as crianças na decisão
Não existe uma idade exata para que a criança assuma responsabilidades, mas a partir dos 7 ou 8 anos ela já entende regras e pode participar de pequenas tarefas de cuidado. “O pet é da família e não apenas da criança, por isso é importante que os adultos estejam sempre à frente do cuidado principal”, lembra Juliana.
Crianças observam e imitam. Por isso, os pais devem cuidar do animal de estimação com carinho e constância. O comportamento adulto serve como modelo e ajuda a criança a desenvolver empatia, paciência e senso de responsabilidade. Criar rotinas simples, como trocar a água, recolher brinquedos ou escovar o pelo, ajuda a criança a entender o compromisso que envolve ter um animal de estimação. Checklists visuais podem tornar a rotina mais fácil de seguir, estimulando o aprendizado diário.
Reflita antes de adotar: compromisso é para anos
Adotar um animal de estimação é assumir um compromisso duradouro: a vida de um pet pode variar entre 10 e 20 anos. A empolgação de uma data comemorativa não deve ser o único motivador. Se o objetivo for apenas presentear, brinquedos, livros ou experiências educativas são alternativas seguras. “O pet pode vir depois, quando todos estiverem prontos para acolher uma nova vida”, reforça Juliana Sato.
Resumo:
Antes de presentear uma criança com um animal de estimação, é essencial planejar, educar e envolver toda a família. Com cuidado e responsabilidade, a experiência fortalece vínculos e ensina valores como empatia e respeito.
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