Usar Wi-Fi aberto em locais como cafés, aeroportos e praças públicas pode parecer inofensivo, mas envolve riscos reais. Especialistas em segurança digital alertam que, sem proteção adequada, seus dados podem ser interceptados por terceiros. Afinal, é seguro se conectar em Wi-Fis abertos?
O que é um Wi-Fi aberto e por que ele é tão comum?
O termo “Wi-Fi aberto” se refere a redes sem senha ou com autenticação simples, geralmente oferecidas por estabelecimentos comerciais ou espaços públicos. Elas surgiram como forma de atrair clientes e facilitar o acesso à internet em locais movimentados.
Segundo a Kaspersky, empresa russa especializada em cibersegurança, cerca de um terço das conexões públicas no Brasil ainda não utilizam nenhum tipo de criptografia. Ou seja, qualquer dado trafegado nelas pode ser facilmente interceptado.
Quais são os riscos de usar Wi-Fi público?
A principal ameaça ao usar Wi-Fi aberto é a interceptação de dados. Cibercriminosos podem criar redes falsas com nomes parecidos aos de locais legítimos (“Café Central Free Wi-Fi”, por exemplo), induzindo usuários a se conectarem nelas.
Entre os principais riscos estão:
- Roubo de senhas de redes sociais, e-mails e bancos.
- Captura de dados pessoais enviados sem criptografia.
- Instalação de malware por meio de atualizações falsas.
- Ataques man-in-the-middle, em que o hacker intercepta e altera informações trocadas entre o usuário e o site.
De acordo com a NordVPN, mais de 68% dos usuários já se conectaram a redes públicas sem qualquer tipo de proteção — um comportamento que aumenta as chances de golpes digitais.
Como saber se uma rede Wi-Fi é segura?
Nem sempre é fácil identificar uma rede perigosa, mas há alguns sinais de alerta. Veja o que observar antes de se conectar:
- Rede sem senha: desconfie de conexões totalmente abertas.
- Nome suspeito: redes com nomes muito genéricos (“Free Wi-Fi”, “Guest Network”) podem ser falsas.
- Ausência de HTTPS: evite inserir dados pessoais em sites que não usam conexão segura.
- Solicitação de login via pop-up: se o portal de acesso pedir dados além do e-mail, saia imediatamente.
Além disso, sempre verifique com o responsável do local qual é o nome oficial da rede antes de se conectar.
Como se proteger ao usar Wi-Fis abertos?
Segundo especialistas da ESET e da Kaspersky, existem medidas simples que reduzem drasticamente os riscos ao usar Wi-Fi público:
- Ative uma VPN confiável, que cria um túnel criptografado para seus dados.
- Evite acessar contas bancárias ou serviços que exigem senhas sensíveis.
- Desative o compartilhamento automático de arquivos e Bluetooth.
- Mantenha o antivírus atualizado e o sistema operacional em dia.
- Prefira usar redes móveis (4G ou 5G) sempre que possível.
Essas ações criam uma camada extra de segurança, mesmo em conexões inseguras.
Quem deve se preocupar mais com redes abertas?
Embora todos devam ter cuidado, há perfis mais vulneráveis aos riscos de Wi-Fi público:
- Profissionais que lidam com dados corporativos.
- Pessoas que viajam com frequência e usam redes de aeroportos.
- Jovens que acessam redes sociais em locais públicos.
- Trabalhadores remotos que se conectam em cafés e coworkings.
Para esses grupos, o uso de VPNs e autenticação em dois fatores é indispensável.
Curiosidades sobre Wi-Fi e segurança digital
- O nome “Wi-Fi” não é uma sigla, mas uma marca criada para soar como “Hi-Fi”.
- A primeira rede Wi-Fi pública do mundo foi lançada em Nova York, em 2002.
- Alguns hackers usam “honeypots”, redes falsas que imitam sinais legítimos para capturar dados.
- O protocolo WPA3, lançado em 2018, é o mais seguro atualmente, mas nem todos os roteadores o suportam.
Leia também: Como transformar seu celular em roteador Wi-Fi de forma simples
O futuro da segurança em redes públicas
Com o avanço da inteligência artificial e do 5G, a tendência é que as conexões públicas se tornem mais seguras e inteligentes, capazes de detectar comportamentos suspeitos automaticamente. No entanto, a responsabilidade do usuário ainda será fundamental.
A conscientização digital — especialmente entre jovens e trabalhadores remotos — é a chave para reduzir incidentes e garantir uma navegação mais segura em qualquer lugar.
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