No dia 5 de outubro é celebrado o Dia do Empreendedor, data que reconhece a importância de quem movimenta a economia com ideias inovadoras, coragem e determinação. No Brasil, mais de 10 milhões de mulheres decidiram seguir esse caminho, representando 34% do total de donos de negócios, segundo o Sebrae. Entre elas, estão histórias inspiradoras de profissionais que deixaram carreiras tradicionais para se reinventar. Conheça algumas dessas trajetórias.
Ju Delamura: da engenharia civil à personalização criativa
Cansada do ambiente hostil das obras e em busca de algo que realmente a fizesse feliz, Ju Delamura deixou a engenharia civil para transformar um hobby em profissão. O que começou de forma despretensiosa, criando presentes personalizados, virou negócio de impacto. Hoje, Ju é referência em personalização digital, com mais de 185 mil seguidores, 4 mil alunas e seu próprio curso online com a máquina Silhouette, além de atuar na importação oficial da marca no Brasil.
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A empreendedora se destaca por capacitar principalmente mulheres — muitas delas acima dos 35 anos, incluindo idosas que buscam se sentir ativas após a aposentadoria — a encontrarem na personalização uma fonte de renda e independência financeira. “Achei meu propósito ajudando mulheres a criarem suas próprias jornadas”, afirma Ju. Com cursos gratuitos e treinamentos avançados, Ju segue inspirando novas empreendedoras a explorarem sua criatividade e conquistarem espaço no mercado.
Ingrid Lucena: inovação em um setor tradicional
Filha da segunda geração de gestores da Corpvs Segurança, Ingrid Lucena assumiu em 2018 a diretoria de Marketing da empresa, uma das maiores do país no setor. Sua chegada marcou uma virada de posicionamento, levando a companhia a expandir no competitivo mercado do Sudeste e reforçar o vínculo entre tradição e inovação.
Mais do que dar continuidade ao legado da família, Ingrid atua de forma empreendedora dentro do negócio: aposta em tecnologia, inteligência artificial e diversidade como pilares estratégicos para os próximos anos. Em um setor historicamente dominado por homens, sua liderança representa um avanço importante para a aceleração da presença feminina em cargos estratégicos.
Luciana Lancerotti: do topo da Microsoft ao empreendedorismo de impacto
Após mais de uma década no mundo corporativo, ocupando cargos de peso, como CMO da Microsoft, Luciana Lancerotti sentiu que queria ir além. O incômodo se transformou em propósito: levar às empresas uma gestão mais sustentável e com impacto social. Assim nasceu a consultoria Gestão e Design de Impacto.
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Hoje, Luciana ajuda organizações a repensarem produtos, serviços e processos sob uma ótica de inovação positiva, com efeitos reais para a sociedade, para o meio ambiente e para as pessoas. Sua história mostra que mudar de área pode ser também uma escolha madura e planejada, com potencial de transformar não só a própria carreira, mas também o mercado.
“Na transição de carreira, o que aprendi é que ela precisa ser bem planejada. Isso é essencial tanto para ter uma estrutura financeira sólida quanto para manter o equilíbrio emocional”, aconselha Luciana.
Maria Eduarda Guerra: da fisioterapia ao mundo das startups
Formada em fisioterapia e atuando na linha de frente da COVID-19, Maria Eduarda Guerra jamais imaginou que se tornaria CFO de uma startup de tecnologia. Incentivada pelo marido, cofundador da Banlek — maior plataforma de fotógrafos da América Latina —, ela percebeu que sua experiência em análise de dados e organização poderia ser valiosa no setor financeiro.
Hoje, Maria Eduarda lidera a área financeira da empresa, enfrentando os desafios de um ambiente majoritariamente masculino e conciliando maternidade com liderança. Para ela, a maternidade soma à carreira, trazendo resiliência e eficiência. “Precisamos de mais mulheres no setor financeiro, na tecnologia, no empreendedorismo. A diversidade traz inovação, crescimento e resultados concretos”, defende.
Giuliana Tranquilini: a comunicação como propósito
Depois de anos como executiva em grandes empresas como Havaianas e Natura, Giuliana Tranquilini decidiu mudar de vida. A dificuldade em conciliar a rotina do mundo corporativo com a maternidade foi o estopim para refletir sobre novas possibilidades. O interesse pelo poder da comunicação nas redes sociais levou à criação da BetaFly, empresa de personal branding.
Hoje, Giuliana ajuda executivos e empreendedores a construírem uma presença mais clara e autêntica, unindo estratégia e propósito. Para ela, empreender exige tempo de construção, mas também oferece liberdade e significado: “É melhor dos mundos: um trabalho com propósito e mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, resume.
Adriana Melo: finanças como ferramenta de transformação
Com mais de 20 anos de carreira em multinacionais como Fiat, Votorantim, Ferrero e Gartner, Adriana Melo é hoje CFO da SAS Brasil. Ao lado da carreira corporativa, concilia a gestão da fazenda @casatout e uma mentoria financeira voltada para empreendedores, onde ensina que números não aprisionam, mas dão clareza e liberdade.
Para Adriana, empreender não é glamour, mas prática diária. Seja dentro das empresas como intraempreendedora ou fora delas com seus projetos, ela reforça a importância de planejamento, flexibilidade e coragem para se reinventar. Seu conselho é direto: “Construam uma base financeira sólida e mantenham espaço para projetos que tragam propósito. Carreira e vida funcionam melhor quando andam em harmonia”.
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