O câncer de mama continua sendo o mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta 73.610 novos diagnósticos em 2025, além de aproximadamente 18 mil mortes. No cenário global, a expectativa é de 2,4 milhões de novos casos e 715 mil óbitos no mesmo período.
Apesar da gravidade, quando identificado em estágios iniciais, as chances de cura chegam a 95%. “Na maioria dos casos, a doença não apresenta sintomas iniciais, o que torna os exames de rastreamento essenciais. A mamografia é a principal forma de detecção precoce e recentemente passou a ser recomendada a partir dos 40 anos, anualmente, o que representa um avanço importante nas políticas de saúde pública”, explica a ginecologista e obstetra Paula Fettback, especialista em reprodução humana pela FEBRASGO.
Câncer e fertilidade
Entre as mulheres mais jovens, o impacto da doença vai além do tratamento oncológico: há o receio da perda da fertilidade. Procedimentos como quimioterapia e radioterapia, embora fundamentais para combater o tumor, podem comprometer a reserva ovariana.
“A quimioterapia, embora eficaz contra as células tumorais, também age nos folículos primordiais dos ovários, podendo levar à diminuição parcial ou até total da fertilidade, a depender do tipo de medicamento, tempo de exposição e características individuais da paciente”, diz a ginecologista e obstetra Graziela Canheo, especialista em reprodução humana.
Alternativas para preservar os óvulos
A medicina reprodutiva tem avançado para oferecer alternativas às pacientes que desejam preservar a possibilidade de engravidar. Entre elas, estão o congelamento de óvulos e embriões, realizado com tecnologia de vitrificação, que aumenta as taxas de sucesso.
“Hoje já é possível que mulheres diagnosticadas com câncer de mama preservem óvulos antes de iniciar o tratamento. Essa decisão deve ser tomada rapidamente, pois quanto mais cedo for feito o congelamento, melhores os resultados”, acrescenta Graziela.
Quando engravidar após o tratamento?
Muitas mulheres também se questionam sobre o momento adequado para tentar a gestação depois do câncer. Graziela orienta que, em geral, é recomendada uma espera de dois anos após o fim da terapia. Esse período permite avaliar melhor o risco de recidiva. No entanto, cada caso deve ser individualizado, considerando fatores como idade, tipo de câncer e o desejo da paciente.
Mais do que falar sobre prevenção e diagnóstico precoce, a campanha Outubro Rosa também abre espaço para discutir qualidade de vida e futuro reprodutivo. Para Paula, esse é um ponto central. “É responsabilidade da equipe médica e da sociedade garantir que as pacientes recebam informações fidedignas sobre preservação da fertilidade e possam decidir de forma consciente sobre sua saúde e maternidade”, conclui.
Resumo:
O câncer de mama segue como o mais comum entre mulheres brasileiras, com previsão de mais de 73 mil novos casos em 2025. Além dos riscos à saúde, o tratamento pode comprometer a fertilidade, o que reforça a importância de discutir alternativas como o congelamento de óvulos. Especialistas defendem que diagnóstico precoce, preservação da fertilidade e direito à informação caminhem juntos.
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Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!