O consórcio vem ganhando espaço no planejamento financeiro dos brasileiros. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), as vendas de cotas aumentaram 7,8% entre janeiro e novembro de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior.
O levantamento reflete o interesse crescente da população em alternativas sem juros para conquistar bens e serviços. Segundo pesquisa do Google, o consórcio é hoje o segundo produto financeiro mais desejado, atrás apenas dos seguros, despertando o interesse de 45% dos consumidores.
Apesar da popularidade, muitos mitos ainda cercam essa modalidade. Para esclarecer os principais pontos, o diretor comercial da Unifisa, Thiago Savian, destaca verdades e equívocos que costumam gerar confusão.
Consórcio tem juros?
Não. Diferente do financiamento tradicional, o consórcio não cobra juros. As parcelas incluem apenas taxas de administração, fundo de reserva e seguro, valores que servem para manter a operação e proteger o grupo de consorciados.
A contemplação sempre demora muito?
Também é mito. A contemplação pode acontecer a qualquer momento, seja por sorteio mensal ou por lances ofertados pelos participantes, que aceleram o processo.
Consórcio é apenas para imóveis e automóveis?
Não mais. Hoje, a modalidade contempla diferentes segmentos, como caminhões, máquinas agrícolas, embarcações, serviços de saúde, viagens, cirurgias plásticas, intercâmbio e até transplante capilar.
Consórcio é um investimento?
Em muitos casos, sim. O consórcio pode ser usado de forma estratégica para gerar receita. Um exemplo é adquirir um imóvel para locação: o aluguel pode cobrir as parcelas, e ao final, o bem passa a ser uma fonte de renda recorrente.
É possível quitar um financiamento existente?
Sim. A carta de crédito do consórcio pode ser usada para quitar financiamentos, processo conhecido como portabilidade de dívida. A estratégia pode reduzir parcelas e melhorar as condições de pagamento, trazendo alívio ao orçamento.
Precisa dar entrada?
Não. Diferente de financiamentos tradicionais, não há necessidade de valor inicial. O participante paga as parcelas mensais e, ao ser contemplado, utiliza a carta de crédito para adquirir o bem à vista, podendo inclusive negociar melhores condições com o vendedor.
Resumo:
O consórcio, que já atrai quase metade dos consumidores brasileiros interessados em produtos financeiros, é uma alternativa sólida para quem busca planejamento e disciplina na aquisição de bens ou serviços. Livre de juros, versátil e cada vez mais abrangente, pode ser usado para imóveis, veículos ou até viagens. Mas exige paciência e estratégia para a contemplação, além de atenção às taxas que compõem as parcelas.
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