Mudar os móveis de lugar, sentir vontade de doar roupas ou trocar a cor das paredes. Esses impulsos que surgem aparentemente do nada podem ser, na verdade, sinais de que o ambiente está pedindo renovação. Pesquisas em neuroarquitetura mostram que espaços acumulados e desorganizados impactam diretamente o humor, a clareza mental e até mesmo a qualidade das relações. Um estudo da Newport Healthcare indica que ambientes limpos e bem cuidados reduzem o estresse, favorecem o bem-estar emocional e ajudam a criar uma sensação geral de leveza e equilíbrio no dia a dia. Para o Feng Shui, essa percepção é ainda mais profunda: os ambientes carregam ciclos energéticos que precisam ser compreendidos, respeitados e atualizados.
“Tudo é cíclico: o corpo, as emoções, a vida e os espaços que habitamos. Quando ignoramos os sinais de encerramento e continuidade dentro da nossa casa, criamos bloqueios que se refletem em todas as áreas”, afirma Re Cámp, especialista em Feng Shui e astróloga. Segundo ela, a casa é uma entidade que se comunica conosco o tempo todo. Quando ela emite sinais de cansaço, desequilíbrio ou desordem persistente, é hora de olhar para isso com atenção.
Re explica que, assim como os ciclos lunares influenciam emoções e decisões, a energia do lar também responde a fases que precisam ser acolhidas. “Existem períodos em que a casa precisa de limpeza profunda, outros em que pede desapego e há ainda momentos em que é necessário plantar novas intenções”, pontua. Ela chama esses momentos de “estações energéticas” da casa e afirma que perceber em qual fase o espaço está é essencial para restaurar a harmonia e abrir caminho para o novo.
Entre os principais sinais de que a casa está pedindo renovação energética estão a sensação de peso ao entrar em determinados cômodos, a recorrência de objetos quebrados ou inutilizados e a estagnação em áreas específicas da vida, como relacionamentos, saúde ou prosperidade. “Quando a energia não circula, é comum sentir-se preso, confuso ou desmotivado. E muitas vezes a origem está no espaço, e não na pessoa”, explica.
A especialista recomenda que, ao identificar esses sinais, a primeira atitude seja uma faxina consciente, não apenas física, mas também energética. “Limpar com intenção, abrir janelas, mudar objetos de lugar, acender uma vela ou incenso, reorganizar móveis e eliminar excessos são formas poderosas de dizer ao universo que você está pronto para recomeçar”, afirma.
Outro ponto importante, segundo Re Cámp, é observar quais áreas da casa estão negligenciadas e a quais aspectos da vida elas correspondem quando aplicado o baguá, mapa energético da casa. “Às vezes, a cozinha está bagunçada e a pessoa sente que a vida financeira estagnou. Ou o banheiro está sempre com vazamentos e ela sente que suas emoções estão à flor da pele. Não é coincidência”, pontua. Com base no Baguá, o mapa energético aplicado à planta do imóvel, é possível entender quais áreas do espaço estão conectadas a aspectos como saúde, amor, carreira, filhos, amigos, viagens, prosperidade, reconhecimento, sabedoria e espiritualidade.
Para Re, renovar a casa é também um ato de amor-próprio. “Quando cuidamos do espaço em que vivemos, estamos cuidando de nós mesmos. A casa é nosso primeiro campo de proteção energética. Mantê-la viva, fluida e intencional é um dos maiores presentes que podemos nos dar”, finaliza.