O Dia Internacional do Café, celebrado hoje, é a oportunidade perfeita para entendermos os efeitos dessa bebida tão presente na rotina dos brasileiros. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o Brasil consome cerca de 21 milhões de sacas de café por ano, ficando em segundo lugar no ranking mundial de consumo.
Mas será que tomar pode oferecer riscos à saúde? O cardiologista Marcelo Bergamo esclarece como o consumo consciente do café pode influenciar a saúde do coração e desmistifica algumas ideias populares sobre a bebida.
Benefícios do café para o coração
“Estudos científicos recentes demonstram que o consumo moderado de café pode trazer benefícios significativos para a saúde cardiovascular. A bebida é rica em antioxidantes, especialmente os polifenóis, que ajudam a combater o estresse oxidativo e a inflamação no organismo”, explica Marcelo.
Pesquisas indicam que pessoas que tomam de 3 a 5 xícaras de café diariamente têm menor risco de desenvolver doenças cardíacas, incluindo infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Esses efeitos positivos são atribuídos à ação combinada da cafeína e de outros compostos bioativos que melhoram a função dos vasos sanguíneos, promovem uma circulação mais eficiente e podem até ajudar a reduzir a pressão arterial em algumas pessoas.
Café e prevenção de arritmias
Muitos ainda acreditam que o café aumenta o risco de arritmias, mas esse é apenas mais um mito sobre a bebida. “Contrariando crenças populares, estudos mostram que o consumo regular e moderado de café pode reduzir o risco de fibrilação atrial, uma das arritmias mais comuns”, esclarece Bergamo.
A pesquisa mostra que a bebida, quando consumida de forma consciente, atua como aliada da saúde cardiovascular, promovendo equilíbrio na frequência cardíaca e contribuindo para a longevidade do coração.
Quem deve moderar o consumo?
Apesar dos benefícios, nem todos devem ingerir café sem cuidados. “Pacientes com hipertensão não controlada, ansiedade severa ou sensibilidade à cafeína devem moderar ou evitar o consumo. O ideal é sempre consultar um cardiologista para avaliar individualmente cada caso”, alerta o especialista.
Entre as recomendações do cardiologista estão: limitar o consumo a até 400 mg de cafeína por dia (aproximadamente 4 xícaras de café coado), evitar excesso de açúcar e creme, não tomar café após às 14h para não prejudicar o sono e preferir o café coado em vez do fervido, mantendo assim suas propriedades protetivas.
A importância da qualidade do café
“O café brasileiro, especialmente quando consumido puro ou com pouco açúcar, mantém suas propriedades benéficas. Nossa tradição cafeeira nos proporciona acesso a grãos de alta qualidade, ricos em compostos protetores para o coração”, finaliza Marcelo.
Investir em café de qualidade é, portanto, fundamental para aproveitar seus efeitos positivos na saúde cardiovascular. Afinal, um bom hábito diário pode se transformar em um grande aliado do coração.
Resumo: O consumo moderado de café pode trazer diversos benefícios ao coração, incluindo redução do risco de infarto e arritmias. Especialistas recomendam atenção à quantidade, horário e qualidade da bebida para aproveitar seus efeitos protetivos.
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