A Portela confirmou, nesta terça-feira (30), a morte de Gilsinho, um dos intérpretes mais queridos do carnaval carioca. O cantor tinha 55 anos e estava internado no Rio de Janeiro. Segundo informações da TV Globo, ele havia passado por uma cirurgia bariátrica na semana anterior. Após receber alta no sábado (27), apresentou complicações na segunda-feira (29), não resistindo.
Em comunicado oficial, a escola declarou luto de três dias e exaltou sua trajetória. “Perdemos hoje um dos maiores nomes da nossa história: Gilsinho! O nosso grande intérprete! Ele que tanto nos encheu de orgulho desde 2006, com sua voz marcante, seu amor pelo samba e sua entrega total à nossa escola”, diz um trecho da nota.
Além da Portela, diversas escolas de samba e artistas se manifestaram em homenagem ao cantor, lembrando sua importância para a música e para o carnaval.
Quem era Gilsinho dentro e fora da Portela
Batizado como Gilson da Conceição, o cantor nasceu no Rio de Janeiro em 1970. Filho do músico Jorge do Violão e primo do intérprete Luizinho Andanças, cresceu cercado pela musicalidade e pela tradição do samba. Seu talento logo o levou a trilhar os caminhos do carnaval, inicialmente como apoio nos anos 1990.
Ainda na década de 1990, Gilsinho ganhou espaço como intérprete e começou a defender sambas-enredos em São Paulo, pela escola Vai-Vai. Com o tempo, firmou sua presença como uma das vozes mais poderosas da festa. Em 2006, estreou como intérprete oficial da Portela, onde construiu uma relação de quase duas décadas marcada por conquistas, emoção e dedicação.
Ele recebeu três vezes o prestigiado prêmio Estandarte de Ouro (2012, 2019 e 2022), todos pela Portela. Seu bordão “Vai na Ginga, Portela” se tornou uma marca registrada, sendo repetido por fãs e integrantes da escola.
O cantor também defendeu escolas como Tom Maior, Barroca Zona Sul e Vila Maria, em São Paulo, além da Vila Isabel, no Rio, da Consulado, em Santa Catarina, e até mesmo da Sierras del Carnaval, na Argentina.
Gilsinho compartilhava reflexões religiosas, trechos de apresentações e registros de viagens. Em sua vida pessoal, a espiritualidade ocupava um espaço especial. Ele faleceu em 30 de setembro, data dedicada a Xangô — orixá da justiça divina, dos trovões e do equilíbrio, associado a São Jerônimo no sincretismo religioso. Amigos próximos relatam que ele tinha o hábito de cantar para Xangô antes dos ensaios, fortalecendo sua conexão com a fé e a música.
Resumo: Gilsinho, intérprete da Portela, morreu aos 55 anos após complicações de uma cirurgia bariátrica. Filho do músico Jorge do Violão, ele se destacou no samba desde os anos 1990, venceu três vezes o Estandarte de Ouro e ficou marcado por sua voz potente, espiritualidade e amor à Portela.
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