Nos últimos meses, três casos chamaram atenção do país: a prisão da influenciadora Ianka Cristini, a convocação do influenciador Diego Aguiar para a CPI das Pirâmides Financeiras e a investigação sobre Frederick Wassef no caso das joias sauditas. Em comum, todos enfrentaram operações que bloquearam bens, autorizaram buscas ou decretaram prisões, e todos têm como advogado o criminalista catarinense Mathaus Agacci, especialista em Direito Criminal Econômico e conhecido por atuar em litígios de alta complexidade.
No caso de Ianka, Agacci foi responsável pela estratégia que converteu a prisão preventiva em domiciliar e, depois, obteve a revogação da medida. Ele argumenta que houve antecipação de juízo e que as provas apresentadas não justificavam a prisão. “Não se pode confundir investigação com condenação. O papel da defesa é garantir que o processo siga dentro dos limites constitucionais”, afirma.
Na investigação das joias sauditas, Agacci defende Wassef e questiona a legalidade das buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal, além de pedir sua exclusão do inquérito. “É preciso separar narrativa de prova. A defesa técnica é construída nos autos, não no noticiário”, pontua o advogado.
Já no caso de Diego Aguiar, o advogado apresentou um habeas corpus preventivo ao Supremo Tribunal Federal para evitar que o influenciador fosse compelido a se autoincriminar durante depoimento à CPI. “Não se trata de silenciar o cliente, mas de garantir que qualquer interrogatório respeite as garantias previstas na Constituição”, explica Agacci.
Esses casos ilustram um fenômeno crescente: o processo penal se tornou também um evento midiático. Para Agacci, o desafio do advogado criminal hoje é duplo, jurídico e comunicacional. “É preciso serenidade para lidar com o tribunal das redes sociais e firmeza técnica para que o direito de defesa prevaleça, mesmo quando a opinião pública já ‘condenou’ o cliente”, conclui.
Especialistas afirmam que o Direito Criminal Econômico tende a ganhar ainda mais espaço nos próximos anos, impulsionado pela regulamentação das apostas, o aumento de transações digitais e a profissionalização do marketing de influência. Com isso, casos de grande repercussão devem se tornar cada vez mais frequentes, exigindo advogados preparados para atuar sob holofotes e sob pressão.