O jornalista Evaristo Costa, de 48 anos, convive com a doença de Crohn desde 2021 e tem usado sua visibilidade para dar destaque a temas pouco falados. Nesta semana, ele chamou atenção para o uso do cordão de girassol, um acessório que identifica pessoas com deficiências ocultas e facilita o respeito às suas necessidades em diferentes ambientes.
Em suas redes sociais, ele explicou que o cordão serve para mostrar que nem toda deficiência é visível a olho nu. “Quando você olha pra ela, você não sabe que ela precisa de uma atenção especial, de um cuidado diferenciado”, comentou.
No Brasil, desde 2023, a lei incluiu o uso facultativo do cordão no Estatuto da Pessoa com Deficiência. Segundo a organização criadora, a proposta é simples: sinalizar que algumas pessoas podem enfrentar barreiras diárias e, por isso, merecem mais compreensão, paciência e apoio.
O que significa o uso do cordão de girassol?
Ao falar de sua rotina, Evaristo Costa revelou episódios de constrangimento vividos durante crises da doença de Crohn, que pode causar diarreia frequente, cólicas e fadiga. Ele contou que já precisou correr para o banheiro de um avião e não conseguiu prioridade na fila. “O constrangimento foi enorme, não preciso dizer o que aconteceu”, disse.
Em outro momento, relatou que um segurança de restaurante o impediu de usar o banheiro sem consumir. “Perguntei se poderia primeiro ir ao banheiro e depois consumir. Ele respondeu que não, que eu teria que consumir antes”, lembrou. Situações como essas reforçam a utilidade do cordão de girassol, que comunica rapidamente a condição e evita mal-entendidos.
Além da doença de Crohn, o jornalista destacou outras condições ocultas que podem justificar o uso do cordão, como epilepsia, surdez, diabetes e esclerose múltipla.
O que é a doença de Crohn
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) estima que mais de cinco milhões de pessoas no mundo convivem com Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), entre elas a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. No Brasil, a incidência é de cerca de 100 diagnósticos a cada 100 mil habitantes.
A médica proctologista Geanna Resende explica que a causa envolve fatores genéticos, imunológicos, ambientais e até mesmo a microbiota intestinal. No caso da doença de Crohn, a inflamação pode atingir qualquer parte do trato digestivo, enquanto na retocolite ulcerativa, o problema se limita ao intestino grosso e reto.
Além dos sintomas intestinais, como cólicas, diarreia e emagrecimento, podem surgir manifestações em outras partes do corpo, como pele, olhos e articulações.
Tratamento e qualidade de vida
Segundo Geanna, as DIIs se manifestam em fases: há períodos de crises intensas e outros de remissão, em que os sintomas diminuem. Para manter a qualidade de vida, o tratamento combina medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores, terapias biológicas injetáveis, acompanhamento nutricional e prática regular de exercícios. Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária.
A especialista reforça que cada tratamento é individualizado e requer acompanhamento constante. Pacientes com DIIs ainda têm risco aumentado de desenvolver câncer de intestino, o que torna o monitoramento médico indispensável.
Resumo: O jornalista Evaristo Costa trouxe visibilidade ao uso do cordão de girassol, que identifica pessoas com deficiências ocultas e evita constrangimentos em situações cotidianas. A iniciativa também chama atenção para a doença de Crohn e outras condições que exigem mais respeito e compreensão.
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