Uma fiscalização acendeu sinal vermelho para motoristas pernambucanos. A Operação Especial Abastecimento Seguro, realizada entre 15 e 19 de setembro pelo Ipem-PE, Procon-PE, Ministério Público e Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos, encontrou irregularidades em 49,11% dos postos de combustíveis vistoriados na Região Metropolitana do Recife, Caruaru e Petrolina.
Os estabelecimentos foram notificados e podem receber multas que variam de R$ 100 a R$ 1,5 milhão, dependendo da gravidade da infração. A ação aconteceu simultaneamente em todo o Brasil e teve como objetivo proteger os consumidores e garantir uma concorrência justa no mercado.
Diante desse cenário, é essencial que os motoristas saibam como identificar se a gasolina adulterada ou o etanol adulterado estão sendo vendidos nos postos que frequentam.
Como identificar combustível adulterado
Ao G1, o mecânico com formação em engenharia mecânica Denis Marum explica que um dos primeiros sinais de problema é a perda de potência do veículo logo após abastecer.
“Quando isso acontece, o pedal do acelerador fica ‘borrachudo’, exigindo mais esforço para atingir a mesma velocidade”, comenta.
Além desse sintoma, outros indícios podem indicar combustível adulterado:
- Consumo elevado: queda de até 30% no rendimento, perceptível em trajetos rotineiros.
- Dificuldade para ligar o carro pela manhã.
- Ruído estranho no motor, semelhante ao barulho de corrente de bicicleta trocando de marcha, principalmente em subidas.
- Odor forte de solvente ou querosene vindo do escapamento.
- Luzes de alerta acendendo no painel sem motivo aparente.
Esses sinais devem ser observados atentamente, pois o combustível alterado interfere nos sensores do carro e pode causar danos sérios ao motor.
Testes simples que você pode fazer
De acordo com José Luiz de Souza, especialista da ANP, existe um teste rápido que pode ser feito antes de abastecer. Basta misturar 50 ml de gasolina com a mesma quantidade de água e sal em um recipiente transparente. Após 10 minutos de repouso, a gasolina deve se separar da água na marca de 65 ml.
Se a separação ocorrer acima desse limite, significa que há mais etanol do que o permitido. Já se estiver abaixo, o combustível está fora dos padrões de qualidade estabelecidos pela ANP.
Além disso, todos os postos são obrigados, por lei, a disponibilizar um teste de densidade. O densímetro deve indicar, no máximo, 0,75425 t/m³. Se o valor estiver abaixo, pode ser sinal de adição de solventes, como a nafta.
Riscos do metanol na gasolina adulterada
O metanol é um composto químico usado na produção de adesivos, solventes e biodiesel. Quando utilizado de forma irregular na adulteração de gasolina ou etanol, ele representa um risco à saúde e à segurança, tanto no armazenamento quanto no transporte.
A ANP estabelece que o limite máximo permitido de metanol na gasolina ou etanol é de 0,5%. Acima disso, o combustível se torna perigoso e pode causar danos graves ao motor e até intoxicação por inalação.
Por isso, é fundamental abastecer sempre em postos de confiança e desconfiar de preços muito abaixo da média.
Resumo: A recente operação em Pernambuco revelou quase metade dos postos com irregularidades, reforçando a importância de estar atento aos sinais de combustível adulterado. Verifique o desempenho do seu carro após abastecer, faça testes simples e priorize estabelecimentos de confiança. Assim, você protege seu veículo e evita prejuízos maiores.
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