A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 10% dos partos no Brasil aconteçam antes de 37 semanas de gestação. Isso significa que, a cada ano, milhares de bebês chegam ao mundo ainda com órgãos em desenvolvimento, o que os coloca em maior vulnerabilidade.
O dado insere o país entre os dez com maior índice de partos prematuros no planeta, reforçando a necessidade de políticas públicas e de conscientização sobre os riscos.
Principais complicações para os recém-nascidos
Um dos maiores desafios da prematuridade é o funcionamento do sistema respiratório. Como os pulmões ainda não estão totalmente formados, problemas como a síndrome do desconforto respiratório, a displasia broncopulmonar e a apneia da prematuridade tornam-se frequentes. Além das dificuldades respiratórias, esses bebês também podem enfrentar alterações no controle da temperatura corporal, maior risco de infecções e dificuldades de alimentação, já que a sucção e a deglutição muitas vezes não estão maduras.
Entre as complicações, a apneia se destaca pela frequência e pela gravidade. Ela é caracterizada por pausas respiratórias de 20 segundos ou mais, podendo vir acompanhada de queda nos batimentos cardíacos e baixa oxigenação no sangue. Estudos apontam que a condição é especialmente comum em recém-nascidos com menos de 28 semanas, o que torna indispensável o monitoramento contínuo em UTIs neonatais.
O papel das UTIs neonatais
O ambiente hospitalar é essencial para estabilizar e acompanhar os prematuros, mas traz riscos próprios. Relatórios do Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente indicam que erros de medicação ocorrem com mais frequência em UTIs neonatais do que em tratamentos de adultos. Isso acontece porque as doses são calculadas em quantidades mínimas e qualquer variação pode comprometer a eficácia ou causar toxicidade. A adoção de protocolos rígidos e equipes especializadas é, portanto, determinante para a segurança desses pacientes.
Tratamentos que fazem diferença
O avanço da medicina trouxe recursos importantes para reduzir complicações em prematuros. Um deles é o citrato de cafeína, indicado para controlar episódios de apneia. A substância estimula o sistema nervoso central e fortalece os músculos respiratórios, contribuindo para a estabilidade clínica.
Pesquisas internacionais, como as do National Institutes of Health (NIH), também sugerem benefícios adicionais, incluindo possível proteção para o desenvolvimento cerebral. Além disso, medidas como uso de surfactante pulmonar e rigor no controle de infecções também fazem parte do cuidado intensivo.
Resumo:
A prematuridade é responsável por 1 em cada 10 nascimentos no Brasil e representa um grande desafio para a saúde pública. Bebês que chegam antes do tempo correm maior risco de complicações respiratórias, como a apneia, e dependem de cuidados intensivos nas UTIs neonatais. Em 2025, a OMS reforça a necessidade de garantir segurança desde os primeiros dias de vida.
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