A prática regular de atividade física é fundamental para a saúde, inclusive — e especialmente — para quem tem histórico de doenças cardíacas. Muitas vezes, o medo ou a falta de informação afasta os cardiopatas da prática esportiva, mas especialistas ressaltam que o exercício, quando bem orientado, pode trazer ganhos importantes para a qualidade de vida.
Nos últimos anos, casos de celebridades que enfrentaram problemas cardíacos chamaram a atenção do público e levantaram debates sobre prevenção e cuidados. O apresentador Otaviano Costa passou por uma cirurgia em 2024 para tratar um aneurisma da aorta ascendente torácica. Já Fausto Silva (Faustão) precisou de um transplante de coração em 2023, após um quadro grave de insuficiência cardíaca. Fora do Brasil, outros nomes conhecidos, como o ator Bob Odenkirk, que sofreu um infarto durante as gravações de Better Call Saul, e o cineasta Kevin Smith, que também sobreviveu a um ataque cardíaco, mostraram a importância da atenção à saúde cardiovascular.
Esses episódios ajudam a reforçar que o cuidado com o coração não é apenas para quem já apresenta sintomas, mas deve ser uma prática constante. E, segundo os médicos, o exercício físico tem papel central nesse processo.
A cardiologista Priscila Sobral explica:
“O treino não deve ser visto como um risco para os pacientes cardiopatas, mas como parte do tratamento. O exercício ajuda a controlar a pressão arterial, melhora o condicionamento físico, reduz o colesterol e tem impacto positivo no bem-estar psicológico.”
Ela ressalta, no entanto, que cada caso precisa de avaliação médica individualizada:
“Antes de iniciar qualquer programa de treino, é fundamental passar por uma consulta, realizar exames específicos e, de preferência, ter acompanhamento multiprofissional. Assim, o cardiopata pode treinar com segurança e colher todos os benefícios da atividade física.”
Exercícios mais indicados:
• Aeróbicos leves e moderados, como caminhada, bicicleta ergométrica e natação, ajudam a fortalecer o sistema cardiovascular.
• Treino de força, quando supervisionado, auxilia na manutenção da massa muscular e no controle metabólico.
• Alongamentos e atividades de flexibilidade contribuem para a mobilidade e para a prevenção de lesões.
Intensidade controlada
Um dos pontos mais importantes é respeitar os limites do corpo. A progressão deve ser gradual, evitando sobrecargas repentinas. Monitorar a frequência cardíaca e estar atento a sinais de alerta, como dor no peito ou falta de ar, é essencial.
Transformando a rotina
Muitos pacientes que antes tinham medo de praticar atividade física descobriram no treino uma forma de viver melhor. Ao integrar o exercício à rotina, junto com acompanhamento médico, é possível não apenas ganhar mais qualidade de vida, mas também reduzir riscos e aumentar a longevidade.
O recado dos especialistas é claro: o coração pode — e deve — ser fortalecido também fora do consultório.