Pequenas, mas reveladoras: as unhas podem dar pistas valiosas sobre o que acontece dentro do nosso corpo. Também chamadas de lâmina ungueal, elas funcionam como um verdadeiro espelho do organismo. Alterações na cor, forma, textura ou crescimento podem sinalizar desde deficiências nutricionais até doenças sistêmicas mais graves.
“Isso acontece porque as unhas são formadas por queratina e recebem nutrientes e oxigênio através da microcirculação. Qualquer alteração na produção de queratina ou no fluxo sanguíneo pode se refletir nelas’ explica Maria Paula Del Nero, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia em entrevista à AnaMaria.
Fique de olho!
Segundo o dermatologista José Roberto Fraga Filho, fundador do Instituto Fraga de Dermatologia, unhas quebradiças nem sempre significam doenças. Elas podem ser consequência de fatores temporários, como clima seco, uso frequente de produtos de limpeza sem proteção ou até mudanças na alimentação. Nesse caso, basta corrigir o fator desencadeante para que voltem ao normal. Porém, quando a alteração é persistente, é preciso investigar.
Sinais que indicam falta de nutrientes
A deficiência de vitaminas e minerais costuma deixar marcas visíveis nas unhas. Confira alguns exemplos:
- Déficit de ferro: unhas pálidas, esbranquiçadas, quebradiças e, às vezes, em formato de colher (côncavas);
- Déficit de biotina: crescimento mais lento que o normal;
- Déficit de zinco ou vitamina B12: linhas transversais, descamação e fragilidade;
- Possíveis infecções fúngicas ou doenças pulmonares crônicas: unhas amareladas;
- Alterações cardíacas ou circulatórias: unhas avermelhadas ou arroxeadas;
- Outras alterações que devem ser avaliadas para descartar melanoma subungueal: faixas escuras nas unhas (melanoníquia);
- Infecção bacteriana: unhas com tons esverdeados.
Fatores externos
O clima frio e seco tende a ressecar e descamar as unhas. A mudança da dieta no inverno, com redução no consumo de frutas e verduras, também pode gerar déficit de vitaminas.
Hábitos como roer unhas, retirar cutículas ou deixá-las úmidas por muito tempo aumentam o risco de infecções e micoses.
O uso frequente de álcool em gel, apesar de necessário em muitos contextos, remove a hidratação natural e deixa as unhas mais frágeis.
Além disso, estresse e doenças crônicas podem interferir na produção de queratina, prejudicando a estrutura da unha.
Unhas fortes e bonitas
Para manter as unhas saudáveis, os especialistas indicam medidas simples:
- Hidratar unhas e cutículas com cremes à base de ureia, D-pantenol ou óleo de amêndoas;
- Usar luvas ao manipular produtos de limpeza;
- Manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas e verduras;
- Evitar acetona, optando por removedores menos agressivos;
- Beber água ao longo do dia para garantir hidratação adequada;
- Não retirar a cutícula, que protege contra a entrada de microrganismos.
Liberte-se dos mitos populares
Apesar de populares, alguns truques caseiros para “fortalecer” as unhas precisam ficar de vez para trás. Muitas pessoas acreditam que é necessário dar intervalos entre as esmaltações para as unhas respirarem. Porém, as unhas são feitas de células mortas de queratina e não têm capacidade de respirar.
Por outro lado, manter as unhas sempre esmaltadas pode ajudar a criar uma barreira contra produtos de limpeza e agentes externos, como impactos do dia a dia.
Receitas caseiras também não têm comprovação: colocar cravo na base não fortalece as unhas e ainda pode causar alergias; e passar alho, além do cheiro nada convidativo, não traz vantagens reais para a saúde das unhas.
Quando procurar um dermatologista
Alguns sinais não devem ser ignorados:
- Mudança de cor repentina;
- Mudança de textura, como espessamento;
- Alteração no formato.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (22 de agosto). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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