O Vaticano prepara uma celebração histórica: no próximo domingo, o papa Leão 14 canonizará Carlos Acutis, que será reconhecido como o primeiro santo da geração millennial. Sua imagem já foi colocada em uma das janelas da Basílica de São Pedro, chamando a atenção de fiéis do mundo todo. A trajetória do jovem católico, que uniu fé e tecnologia, continua inspirando milhares de pessoas.
Nascido no Reino Unido e criado em Milão, na Itália, ele descobriu cedo sua paixão pela ciência da computação. Desde muito jovem, utilizou esse talento para evangelizar. Criou um site sobre milagres eucarísticos e ganhou notoriedade ao difundir mensagens religiosas nas redes sociais, o que lhe rendeu o título de “padroeiro da internet”.
Apesar do reconhecimento mundial, a mãe de Carlos Acutis, Antonia Salzano, costuma lembrar que o filho levava uma vida normal. Ele estudava, brincava com amigos e tinha os mesmos hábitos que qualquer adolescente. No entanto, a grande diferença estava em sua forma de viver a fé.
Segundo Antonia, o filho colocava Jesus em primeiro lugar e se mantinha firme em escolhas simples, mas significativas. Em uma entrevista à agência Reuters, ela relembrou: “Se eu quisesse comprar dois pares de sapatos, ele dizia: ‘não, um é suficiente’”. Esse espírito de desapego e solidariedade marcou a vida do garoto, que faleceu aos 15 anos, vítima de leucemia, em Monza, na Itália.
Curiosamente, sua morte ocorreu em 12 de outubro de 2006, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O jovem foi sepultado em Assis, cidade de São Francisco, e hoje seu corpo permanece exposto em uma urna de vidro. Vestido com jeans e moletom, ele recebe diariamente a visita de fiéis de diferentes países.
Milagre atribuído a garoto brasileiro
Entre os dois milagres que levaram à canonização de Carlos Acutis, um tem ligação direta com o Brasil. Em Campo Grande, o pequeno Matheus Vianna, diagnosticado com pâncreas anular – uma doença rara que causava vômitos constantes –, foi curado após encostar em uma relíquia do jovem italiano.
Durante uma missa em 2013, o padre Marcelo Tenório apresentou aos fiéis uma camiseta que teria pertencido a Carlos Acutis. O menino, então com apenas 2 anos, pediu em oração para “parar de vomitar”. Pouco tempo depois, os exames não mostraram mais a lesão. Hoje, Matheus tem 15 anos, mora em Goiás e mantém um quadro do futuro santo em seu quarto.
O segundo milagre de Carlos Acutis
O segundo milagre atribuído ao jovem ocorreu na Itália. Valeria Valverde, uma estudante da Costa Rica, sofreu um acidente de bicicleta em Florença e entrou em coma. Sua mãe, desesperada, viajou até Assis para rezar diante do túmulo do beato. Ela deixou um bilhete pedindo pela cura da filha.
No mesmo dia, Valeria começou a respirar sozinha. Em seguida, recuperou parte dos movimentos e da fala. Esse acontecimento fortaleceu ainda mais a devoção ao jovem, considerado exemplo de fé para os jovens católicos de todo o mundo.
A caminhada até a canonização
O processo que transformou Carlos Acutis em santo teve início em 2013, quando ele foi intitulado “Servo de Deus”. Em 2018, recebeu o reconhecimento como “Venerável” e, em 2020, foi beatificado pelo papa Francisco. Em 2023, o Vaticano reconheceu oficialmente seu segundo milagre, cumprindo a condição necessária para a canonização.
Para marcar esse momento histórico, o Vaticano lançará um selo especial com a imagem do jovem santo. A canonização reforça a mensagem que Acutis deixou em vida: usar os talentos e a tecnologia para aproximar as pessoas da fé e da esperança.
Resumo: O Vaticano canonizará Carlos Acutis, jovem italiano conhecido como “padroeiro da internet”. Com apenas 15 anos, ele inspirou fiéis ao unir fé e tecnologia. Seus milagres incluem a cura de um garoto brasileiro e de uma estudante da Costa Rica. Hoje, seu corpo permanece em Assis, onde recebe homenagens de peregrinos do mundo todo.
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