Quem acompanha “Renascer”, na TV Globo, já sabe que “Pitoco” dá trabalho no elenco principal. Apaixonado por Teca (Lívia Silva) e morador de rua, ele acaba sendo uma pedra no caminho dela e traz para a novela a dura realidade de quem precisa lutar todos os dias para sobreviver. E, para compreender melhor um pouco deste trabalho, Ana Maria Digital conversou Juan Queiroz, ator que dá vida ao personagem. Confira o papo!
Qual a sensação de estar em uma novela tão marcante para a teledramaturgia nacional?
“Está sendo maravilhoso, mas ainda não tenho muita dimensão do que está acontecendo. Quando o personagem apareceu pela primeira vez na novela, tive a sensação de que só passou na minha televisão (risos), não no Brasil todo. Eu estou processando ainda, mas é muito incrível, enquanto ator, poder fazer parte de uma coisa tão grande e de poder construir do lado de gente que eu admiro tanto. Toda a equipe está fazendo um trabalho impecável e eu estou muito feliz de poder fazer parte disso.”
Pode nos falar mais sobre seu personagem e a importância dele para trama?
“Pitoco é um garoto doce, que faz o que pode nas circunstâncias que está inserido. É claro que ele tem os seus tropeços, tem seus erros, mas não é um garoto ruim, muito pelo contrário. Vejo ele muito apaixonado pela vida, pelos amigos e pela Teca. Falando sobre a importância que ele tem para a trama, eu penso muito nele inserido nesse núcleo das ruas do Rio de Janeiro, esse risco iminente que os personagens estão correndo e como isso traz uma dinamicidade e um ritmo diferente para a novela. Essa é uma conversa que a gente tem muito com os diretores. Nossos personagens estão sempre em um estado de alerta, um estado de risco. De início, o Pitoco vem muito para lembrar a Teca do ambiente do qual ela veio. É quase como uma memória viva para que ela mantenha os pés no chão. Lembrando também dos riscos que ela corre, né? Mas, para além disso, com o tempo, à medida que os personagens forem se estabelecendo, vai ter uma trajetória individual do Pitoco e a gente vai entender esse lugar de carência dele. Esse garoto está ali buscando mesmo uma família, um ambiente para se sentir confortável.”
Qual o maior desafio com o personagem?
“Eu poderia dizer que o maior desafio tem sido o sotaque, porque eu sou de Minas Gerais. Nascido e criado em Belo Horizonte, mas eu estou tendo um acompanhamento incrível com a Íris Gomes da Costa, que é a nossa professora de prosódia. Ela trabalha muito lado a lado com a gente. Qualquer coisa que eu preciso, eu mando uma mensagem e ela me responde na hora. O maior desafio acaba sendo ético, principalmente por ser um personagem, a priori, com poucas cenas e sempre num contexto muito responsivo. Eu tenho que tomar muito cuidado, enquanto ator, para construir a subjetividade desse personagem, deixar que o público as veja, sabe? Eu não quero que esse personagem seja só responsivo, seja só aquele personagem que tá com a adrenalina correndo, que é agressivo e que grita. Eu não quero isso, quero que ele se mostre apaixonado. Se mostre sensível, porque ele também é. Então, eu diria que o maior desafio é dar essas nuances para o personagem. É mostrar essa subjetividade bonita que ele tem.”
Com quem você está gostando de trabalhar? Pode nos falar sobre o dia a dia das gravações?
“Eu estou adorando trabalhar com a Lívia Silva e com o Gabriel Lima da Silva. É a primeira vez que faço uma novela, então estou conseguindo perceber agora como as relações vão se aprofundando mesmo com o passar do tempo. É muito legal poder olhar para a Lívia e entender o que ela achou da temperatura do take que a gente acabou de gravar. Eu olho para ela, aceno com a cabeça. Ela faz um “não”. Aí eu falo ok, então vamos pôr mais ritmo e fazemos de novo. Acho realmente muito gostoso esse processo de escuta e aprendizado.”