Descobrir que há casos de câncer na família pode gerar apreensão e levantar muitas dúvidas sobre o futuro. Afinal, será que a herança genética define o que vai acontecer?
A resposta é mais complexa do que parece. Embora o histórico familiar seja um fator importante, especialistas apontam que grande parte dos casos de câncer está relacionada ao estilo de vida, ou seja, escolhas que podem ser ajustadas para reduzir os riscos.
O papel da genética na predisposição
O primeiro passo é entender de onde vem a preocupação. Alterações genéticas herdadas de pais, avós ou irmãos podem, sim, aumentar a probabilidade de desenvolver alguns tipos de câncer.
Esse risco é ainda mais relevante quando o diagnóstico ocorreu em idades mais jovens, geralmente antes dos 50 anos, ou quando há vários casos semelhantes em parentes próximos. Cânceres como os de mama, ovário e intestino costumam estar entre os mais ligados à herança genética.
Quando considerar testes genéticos
Reunir informações sobre quem na família teve câncer, em que idade e qual o tipo da doença ajuda médicos a identificar padrões.
Com esses dados, pode ser indicado um encaminhamento para testes genéticos, que permitem descobrir mutações associadas a maior risco. Caso sejam encontradas alterações, o acompanhamento médico costuma incluir rastreamentos mais frequentes e, em alguns casos, medidas preventivas adicionais para aumentar as chances de diagnóstico precoce.
Estilo de vida pesa nas estatísticas
Apesar da influência genética, estudos mostram que cerca de 40% dos casos de câncer têm relação direta com fatores modificáveis. Tabagismo, sedentarismo, alimentação pobre em nutrientes e excesso de peso estão entre os principais responsáveis.
Manter hábitos saudáveis, por outro lado, ajuda a proteger o organismo. Não fumar, praticar exercícios regularmente e adotar uma dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais são medidas que reduzem significativamente os riscos.
Prevenção é um investimento contínuo
Além da atenção aos hábitos, quem tem histórico familiar de câncer deve manter um acompanhamento médico regular.
Consultas de rotina, exames de rastreamento e, quando necessário, orientações de especialistas em genética são ferramentas essenciais para identificar alterações em fases iniciais, quando as chances de sucesso no tratamento são maiores. O foco está em transformar a preocupação em atitude preventiva.
Resumo:
Ter familiares diagnosticados com câncer não significa sentença certa para o futuro. A genética pode aumentar a predisposição, mas o estilo de vida e a prevenção desempenham um papel fundamental na saúde a longo prazo.
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