A meningite meningocócica é uma das infecções mais graves que existem. Causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo, ela provoca uma inflamação das membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. A doença chama atenção pela rapidez com que pode evoluir e pela alta letalidade, chegando a levar ao óbito em apenas 24 horas se não for tratada.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2023 e 2024 foram confirmados 1.550 casos da doença no Brasil, resultando em 331 mortes. Somente na capital paulista, no mesmo período, houve 284 ocorrências, das quais 69 terminaram em óbito, uma taxa de letalidade de 24%.
“Quando diagnosticada rapidamente e tratada de forma adequada, a maioria dos pacientes pode se recuperar totalmente. No entanto, sem tratamento, a taxa de fatalidade pode chegar a 50% dos casos”, explica a farmacêutica e imunologista Ana Medina, gerente médica de vacinas da GSK. Ela destaca ainda que até 20% dos sobreviventes podem apresentar sequelas graves, como perda auditiva, amputação de membros ou danos cerebrais.
Transmissão da meningite meningocócica
A meningite meningocócica é transmitida de forma semelhante a outras doenças respiratórias. O contato direto com gotículas ou secreções de uma pessoa infectada — seja pelo beijo, pela tosse, pelo espirro ou pelo compartilhamento de utensílios — é suficiente para espalhar a bactéria.
Outro ponto importante é que até 23% dos adolescentes e jovens adultos podem carregar o meningococo sem manifestar sintomas, funcionando como transmissores silenciosos. Essa característica contribui para o risco de surtos em ambientes coletivos, como escolas e universidades.
Sintomas da meningite meningocócica
No início, os sinais da meningite meningocócica podem se confundir com os de outras infecções. Febre alta, dor de cabeça intensa, irritabilidade, náusea e vômito estão entre os primeiros sintomas.
Com a progressão da doença, o quadro pode incluir rigidez na nuca, sensibilidade à luz, manchas arroxeadas na pele e até mesmo convulsões. Sem tratamento imediato, a evolução pode levar a confusão mental, choque, falência múltipla de órgãos e morte.
Por isso, especialistas reforçam que qualquer suspeita deve ser motivo para procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Vacinação contra a meningite meningocócica
A principal forma de proteção contra a meningite meningocócica é a vacinação. Atualmente, existem vacinas que protegem contra cinco sorogrupos da doença: A, B, C, W e Y.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente:
- a vacina meningocócica C para bebês de 3, 5 e 12 meses;
- a vacina meningocócica ACWY em dose de reforço ou única para adolescentes de 11 a 14 anos.
Na rede particular, as vacinas meningocócicas B e ACWY estão disponíveis em esquemas ampliados e são recomendadas por sociedades médicas para garantir proteção estendida desde a infância até a adolescência.
De acordo com as orientações médicas, adolescentes não vacinados também devem receber duas doses da vacina meningocócica B.
Outras formas de prevenção
Além da imunização, manter ambientes bem ventilados, higienizados e evitar aglomerações são medidas que ajudam a reduzir o risco de contágio da meningite meningocócica.
Essas práticas simples, aliadas à vacinação, tornam-se fundamentais principalmente em períodos de maior circulação de doenças respiratórias.
Resumo: A meningite meningocócica é uma doença grave e de rápida evolução, que pode levar a complicações severas e até mesmo à morte. Reconhecer os sintomas precoces, buscar atendimento médico imediato e manter a vacinação em dia são atitudes essenciais para a proteção. Além disso, cuidados preventivos no dia a dia, como manter ambientes ventilados, reforçam a segurança de toda a família.
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