Receber um diagnóstico de câncer não impacta apenas o paciente, mas todo o seu entorno. Família, amigos, colegas: todos são atravessados por essa nova realidade. A vontade de ajudar é imensa, mas nem sempre sabemos o que fazer ou dizer.
Casos recentes como o do apresentador Edu Guedes, diagnosticado com câncer no pâncreas, e da cantora Preta Gil, que faleceu no dia 20 de julho enquanto passava por tratamento contra um câncer no intestino, comoveram o público. Em comum, ambos tiveram ao seu lado pessoas queridas que ofereceram apoio com carinho, constância e respeito.
Recentemente, Ana Hickmann, esposa de Edu, se emocionou ao falar sobre o momento delicado que estão vivendo juntos, reforçando a importância de estar presente. Já a cantora Preta Gil foi acompanhada de perto pelo amigo Gominho, que protagonizou uma história de amizade e cuidado ao lado da artista.
Quando a amizade vira presença diária
Em janeiro de 2023, Preta Gil recebeu o diagnóstico de câncer colorretal. A notícia mobilizou fãs e amigos, mas uma pessoa esteve especialmente presente em sua rotina. Ao saber do que a amiga enfrentaria, Gominho tomou uma decisão definitiva: abandonou seu trabalho em Salvador, incluindo um programa de rádio e projetos com Ivete Sangalo, para se mudar para o Rio de Janeiro e morar com ela.
Gominho foi muito mais que companhia: esteve presente em consultas, internações e momentos de vulnerabilidade, oferecendo cuidado prático e emocional. Essa convivência reforçou o vínculo dos dois e emocionou o público, que acompanhou tudo pelas redes sociais. Em entrevistas, Preta sempre destacava o amigo como um dos pilares dessa fase da vida, parte essencial de sua rede de apoio.
Como ser rede de apoio para quem enfrenta o câncer
A oncologista Dienata Ribeiro Bueno, que acompanha de perto pacientes e suas famílias, explica que o primeiro passo é entender que o diagnóstico de câncer interfere em toda a rotina. “São muitos exames, consultas, efeitos colaterais… E muitas vezes há filhos pequenos, casa, trabalho. O auxílio em tarefas práticas é fundamental”, explica em entrevista à AnaMaria.
Como ajudar com sensibilidade:
Ofereça ajuda concreta: preparar uma refeição, buscar os filhos na escola, cuidar dos pets ou acompanhar em uma sessão de quimioterapia.
Evite conselhos e comparações: cada tratamento é único. Não é hora de citar outras pessoas que passaram por isso ou repetir soluções vistas na internet.
Respeite o silêncio: muitas vezes, o melhor apoio é simplesmente estar presente. Frases como “vai dar tudo certo” podem soar vazias. O silêncio acolhedor pode fazer muito mais.
Não vitimize: procure incluir o paciente nas decisões e manter a rotina o mais próxima do habitual ajuda na autoestima e no bem-estar emocional.
Cuide de quem cuida: quem assume o papel de cuidador também precisa de apoio. Grupos de acolhimento e momentos de autocuidado são essenciais para manter a saúde física e mental de todos os envolvidos.
Observe e pergunte com delicadeza: cada pessoa passa por diferentes fases emocionais, e é importante não forçar conversas. Respeito e empatia são fundamentais.
“Estar junto, respeitar o tempo e o espaço do outro, valorizar a escuta e evitar julgamentos. Isso é ser rede de apoio”, resume Dienata.
Estar presente é mais importante do que encontrar as palavras certas
Histórias como a de Gominho e Preta Gil mostram, na prática, que não é preciso saber o que dizer, o essencial é estar ali de forma constante e amorosa. Às vezes, o simples fato de dividir um café, oferecer um colo ou mandar uma mensagem carinhosa já é um alívio imenso para quem está atravessando um momento tão delicado. Afinal, apoiar alguém que enfrenta o câncer não exige grandes gestos, mas sensibilidade.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (1º de agosto). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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