Se tem uma coisa que eu odeio na internet é a briga entre gerações. Mas, ao assistir ‘Chespirito: Sem Querer Querendo‘, é impossível deixar de pensar em como a série faria muito mais sentido se eu tivesse passado minha infância assistindo Chaves ou Chapolin.
Essa é a hora em que muitos podem me julgar, mas eu, com 22 anos de idade, devo ter assistido dois episódios da história do menino que vivia em situação de barril enquanto passava no SBT. No máximo. Menos ainda daquela que segue o herói todo atrapalhado vestido de vermelho.
A produção da HBO Max, que lançou o oitavo e último episódio dia 24 de julho, retrata a vida e carreira de Roberto Gómez Bolaños, criador de personagens icônicos que marcaram a TV latino-americana. Apesar de achar o começo um pouco confuso e não entender muito bem quem era aquele na tela e o que esse homem representava para muita gente, não deixou de ser menos gostoso de assistir.
Sobre o criador
‘Chespirito: Sem Querer Querendo‘ acompanha desde a infância de Bolaños (1929-2014) até os anos de maior sucesso, entre as décadas de 1950 e 1980. O interessante aos fãs é que a obra não foca somente em Chaves, mas em toda a trajetória de Roberto: como ele começou como publicitário, sua carreira como roteirista e o desenvolvimento de personagens como Chapolin Colorado, Doutor Chapatin e, claro, Chaves.
Para quem também não é alucinado por essas histórias, confesso que, diferentemente das minhas expectativas, chegou a ser uma experiência interessante ver cada uma das cenas e associar os acontecimentos com o pouco que eu sabia sobre a história real do humorista.
E as polêmicas?
Além de acompanhar a trajetória profissional de Roberto, a série também dá um gostinho da vida pessoal do ator, como seu relacionamento duradouro com Graciela Fernandez. Há também espaço para a retratação do conflito com Carlos Villagrán, o Quico, e o início do romance com Florinda Meza, a Dona Florinda, quando Bolaños ainda era casado.
Para quem gosta de confusão, a polêmica desses dois casos vai além das telas. Os intérpretes de ambos os personagens na vida real foram os únicos membros do elenco original ainda vivos que não participaram da produção. Eles tiveram, inclusive, seus nomes alterados na narrativa biográfica. Meza foi rebatizada como Margarita Ruíz, interpretada por Bárbara López, enquanto Villagrán passou a ser Marcos Barragán, vivido por Juan Lecanda.
Elenco de ouro
E por falar no elenco, não é à toa que a seleção tenha durado dois anos. A semelhança dos atores da série com os da vida real chega a ser absurda. O destaque vai para Pablo Cruz, que interpreta Bolaños na produção. Por muitas vezes, eu me peguei pensando se não era uma filmagem antiga de Chaves que eu estava vendo em vez da nova série.
Com oito episódios, ‘Chespirito: Sem Querer Querendo‘ está disponível na HBO Max. Vale lembrar que a série se posiciona como uma obra de ficção. Portanto, nem todos os fatos contados devem ser levados à ferro e à fogo – isso vale para o último episódio!
Para saber mais da vida desta lenda do humor ou das duas confusões citadas, eu deixo a sugestão para que você veja a série, que super vale a pena, sendo fã ou não.
Resumo: ‘Chespirito: Sem Querer Querendo’ retrata a vida e carreira de Roberto Gómez Bolaños, criador de Chaves e Chapolin. A série mostra desde sua infância até os anos de maior sucesso, incluindo polêmicas com colegas de elenco. Mesmo para quem não cresceu assistindo aos clássicos, a produção é envolvente e bem interpretada.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (1º de agosto). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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