A obesidade atinge cerca de 7 milhões de pessoas no Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde. O número fica ainda maior quando o sobrepeso também é contabilizado: 56,8% da população do país. Por isso, o número de bariátricas feitas é crescente.
Em 2022, foram realizadas 74.738 gastroplastias no país, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). A estatística indica que a intervenção médica torna-se, cada vez mais, um sonho de consumo para quem luta contra a obesidade.
QUEM PODE FAZER BARIÁTRICA?
No entanto, não basta estar acima do peso ideal para estar apto para o procedimento cirurgico. Em conversa com AnaMaria, o cirurgião plástico Luíz Anízio Wanna esclareceu algumas dúvidas sobre a bariátrica. Entre elas, quem pode fazê-la.
A redução de estômago é recomendada para pacientes com obesidade severa, geralmente definida como um Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40, ou IMC maior que 35 em casos onde existam comorbidades relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e outros.
Segundo o especialista, o procedimento é considerado quando métodos não-cirúrgicos de perda de peso, como dieta, exercício e mudanças de estilo de vida, não são bem-sucedidos. Além disso, o paciente é encaminhado para os diferentes tipos de operações – que variam entre reversíveis ou irreversíveis.
Bypass gástrico, são considerados irreversíveis devido às alterações significativas na anatomia do sistema digestivo. Em inglês, ‘byspass’ signica desvio. E é o que acontece na operação: a redução do tamanho do estômago, combinada com o desvio da trajetória dos alimentos pelo sistema digestivo, tem o objetivo de reduzir a sensação de fome e aumentar a sensação de saciedade.
Outros, como a banda gástrica ajustável, são reversíveis ou ajustáveis, como o nome já diz. Neste, uma banda é colocada em volta da parte superior do estômago
Novas regras para cirurgia de redução de estômago
E quem não pode fazer bariátrica? Entre os pacientes com contraindicações, estão os que sofrem com problemas psiquiátricos não controlados, dependência ativa de álcool ou drogas, e doenças graves, que podem impedir a anestesia ou cirurgia.
“Também é contraindicado para aqueles que não conseguem ou não estão dispostos a seguir as mudanças de estilo de vida necessárias após a cirurgia”, alerta Anízio.
PRÉ-CIRURGIA
Para saber qual paciente está apto para a bariátrica, existe o processo pré-opetarório. Nela, o médico responsável faz avaliações detalhadas, com exames físicos, laboratoriais e, muitas vezes, psicológicos, para garantir a eficiência de todo o processo.
Passada esta etapa de triagem, em que o médico analisa, com base nos exames e outros fatores, se o paciente está apto para ser submetido ao procedimento, é necessário prepará-los. Nesta fase, alguns cuidados se fazem necessários.
Wanna conta que os pacientes podem precisar seguir uma dieta específica nas semanas que antecedem o procedimento para reduzir o tamanho do fígado e o risco cirúrgico. Parar de fumar e evitar certos medicamentos também são recomendações comuns.
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RISCOS E PREÇO
Assim como outras grandes intervenções cirurgicas complexas, a bariátrica também possui riscos. Segundo o médico, os perigos variam de acordo com o tipo de procedimento, mas incluem, entre outros:
- Infecção;
- Sangramento;
- Complicações da anestesia;
- Trombose venosa profunda;
- Deficiências nutricionais;
- E, em raras ocasiões, morte.
A longo prazo, os riscos incluem a possibilidade de ganho de peso recorrente, hérnias, hipoglicemia e problemas gastrointestinais.
Quando o assunto são os valores, Wanna alerta que os custos da cirurgia bariátrica sofrem com algumas variáveis. Ele cita: “A região, o hospital, o tipo de procedimento e se o paciente possui seguro que cubra parte ou todo o tratamento”. De maneira geral, custa entre R$ 25 mil a R$ 50 mil – além da possibilidade de realizar de maneira gratuita pelo SUS.
PÓS-CIRURGIA
A transformação não termina com a cirurgia; o pós-operatório e os cuidados subsequentes são igualmente cruciais para garantir o sucesso a longo prazo e evitar o reganho de peso, como aponta o cirurgião plástico, que acrescenta que o tempo de recuperação varia em cada caso.
“Mas muitos pacientes começam a voltar às atividades normais dentro de 3 a 5 semanas”, explica. Nesta fase, o acompanhamento médico regular é vital para monitorar a recuperação e o progresso da perda de peso. Um dos cuidados é a progressão da dieta de líquidos para sólidos.
Além disso, é recomentado evitar atividades físicas intensas inicialmente. Por outro lado, os exercícios devem ser incluídos gradualmente, já que são essenciais para sustentar a perda de peso. Segundo Wanna, a retomada gradual deve ser feita com orientação médico.
O mesmo acontece na atividade sexual, que só é segura após a liberação dos médicos. Geralmente, ocorre em torno de 4 a 6 semanas.
Procedimentos estéticos e reparadores
Além da cirurgia principal, muitos pacientes tendem a adicionar procedimentos estéticos adicionais. O objetivo é a manutenção da autoestima e o conforto físico, muitas vezes com a retirada do excesso de pele e outras alterações na forma corporval.
“É aqui que procedimentos cirúrgicos estéticos e reparadores entram em cena, oferecendo soluções para essas questões”, acrescenta Wanna, que detalha: “É recomendado esperar a estabilização do peso antes de realizar procedimentos estéticos ou reparadores. Geralmente ocorre 12 a 18 meses após.
Alguns dos procedimentos mais comuns:
- Abdominoplastia e lifting corporal total: Removem o excesso de pele e firmam o contorno do abdômen e outras áreas afetadas, respectivamente.
- Mamoplastia: Adequação do volume mamário, seja por redução ou aumento, para harmonizar com o novo contorno corporal.
- Lifting de braços e coxas: Focam na remoção de pele flácida e na melhoria do contorno dessas áreas específicas.
- Lipoaspiração: Auxilia na remoção de depósitos de gordura localizados, complementando a perda de peso.
- Lifting facial e de pescoço: Endereçam a flacidez facial e cervical, rejuvenescendo a aparência do paciente.
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