Depois de um longo período em que o azeite virou quase artigo de luxo no supermercado, finalmente os preços começaram a cair. Em 2024, a garrafa de 500 ml chegou a custar até R$ 50, assustando consumidores e mexendo com o orçamento de quem não abre mão do item na cozinha. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o valor médio do produto em junho de 2025 caiu para R$ 36.
Mas não foi de uma hora para outra. O alívio no bolso só começou a ser sentido agora, embora o setor já tivesse dado sinais de melhora no fim de 2024. Ainda assim, diversos fatores contribuíram para esse movimento de queda nos preços, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.
Produção no Mediterrâneo impulsiona queda de preços
Grande parte da explicação está na recuperação da produção de azeite na Europa, especialmente nos países banhados pelo Mediterrâneo. Como o Brasil importa cerca de 99% do azeite que consome, qualquer mudança nesse mercado impacta diretamente o nosso bolso.
Depois de perdas severas causadas por calor extremo e seca na safra de 2022/2023, os produtores europeus começaram a retomar o ritmo normal no segundo semestre de 2024. Com isso, a safra voltou a um nível mais próximo do habitual em 2025, o que ajudou a equilibrar a oferta global.
Em entrevista ao UOL, o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, reforça: “Há margem para o preço do azeite no Brasil cair ainda mais porque as condições de produção têm melhorado na região do Mediterrâneo”.
Medidas econômicas também influenciaram
Além da retomada da produção, decisões econômicas tomadas aqui no Brasil também ajudaram a derrubar os preços. Em março de 2025, o governo federal zerou a tarifa de importação do azeite e de outros alimentos, numa tentativa de conter o avanço da inflação. A medida teve efeito direto no preço final ao consumidor.
Outro ponto importante foi a valorização do real frente ao dólar. No primeiro semestre de 2025, a moeda norte-americana teve queda de 8,6%. Como o azeite é um produto importado, essa variação cambial impacta diretamente no custo das importações.
Segundo Flávio Obino, presidente do Ibraoliva (Instituto Brasileiro de Olivicultura), “o preço internacional no final de 2023 aumentou em 80%, depois teve uma queda de 29% em 2024 e este ano a queda já chega a 53%”, de acordo com informações do portal.
Azeite está mais barato, mas consumidor deve ficar atento
Apesar das boas notícias, é importante lembrar que o preço do azeite ainda pode variar bastante entre marcas, regiões e redes de supermercado. Por isso, vale a pena comparar valores e aproveitar promoções. Além disso, especialistas alertam que o momento atual não significa que os preços não possam voltar a subir no futuro.
No entanto, as perspectivas são otimistas. Com a safra regularizada, a tarifa de importação suspensa e o câmbio favorável, há espaço para o preço seguir caindo nos próximos meses, o que pode animar quem teve que reduzir o uso do produto nos últimos tempos.
Resumo: Depois de bater recordes de preço em 2024, o azeite começou a ficar mais barato em 2025. A queda é resultado da recuperação da produção no Mediterrâneo, do corte na tarifa de importação e da valorização do real frente ao dólar. Mesmo com a redução, consumidores ainda devem pesquisar e aproveitar o momento para economizar.
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