Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, virou assunto nas redes sociais após a publicação de um despacho com um erro gramatical que não passou despercebido. No documento, ele escreveu: “A JUSTIÇA É CEGA MAIS NÃO É TOLA”, trocando “mas” por “mais”, o que mudou completamente o sentido da frase.
O equívoco, embora tenha sido rapidamente corrigido pelo STF, foi alvo de piadas por adversários políticos, além de mostrar que todos estamos suscetíveis a cometer erros de português. Afinal, até figuras públicas e autoridades escorregam no uso do nosso complexo idioma. Para saber como evitar essas armadilhas, reunimos os deslizes mais frequentes — e como corrigi-los de forma simples.
“Mas” e “mais”: entenda a diferença e evite o erro gramatical
Esse tipo de confusão é bastante comum. A palavra “mas” é uma conjunção adversativa, usada para introduzir uma ideia contrária. Já “mais” é um advérbio que indica quantidade.
Exemplos:
- “Eu queria sair, mas começou a chover.”
- “Ela quer mais tempo para terminar o trabalho.”
Trocar essas palavras compromete o sentido da frase, como no caso de Alexandre de Moraes. Portanto, fique atenta à ideia que quer transmitir antes de escrever.
“Mal” e “mau”: um clássico entre os erros de português
Outro deslize comum é confundir “mal” (oposto de bem) com “mau” (oposto de bom). Para não errar, tente substituir pela palavra oposta. Se “bem” encaixar melhor, use “mal”. Se “bom” fizer sentido, use “mau”.
Exemplos:
- “Ele acordou de mal humor.” (oposto de bem)
- “Ele é um mau motorista.” (oposto de bom)
Com essa dica simples, fica mais fácil não cometer esse tipo de erro gramatical.
Confusão entre “onde” e “aonde”: uso adequado evita constrangimentos
“Onde” indica permanência, enquanto “aonde” implica movimento. Essa distinção é essencial para a clareza da frase.
Exemplos:
- “Onde você estava ontem à noite?”
- “Aonde você vai depois da aula?”
Assim, sempre que houver ideia de deslocamento, prefira “aonde”.
Concordância verbal: atenção ao sujeito da frase
Esse é um ponto importante que muitos esquecem no dia a dia. O verbo deve concordar com o sujeito da oração, tanto em número quanto em pessoa.
Exemplos:
- “Nós vamos ao médico.”
- “Ela gosta de música clássica.”
Evitar esse tipo de erro de português melhora a comunicação e evita mal-entendidos, especialmente em ambientes profissionais.
Crase: quando usar (e quando evitar)
A crase aparece quando há a junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Em geral, usamos crase antes de palavras femininas, como “escola”, “cidade” e “igreja”. Porém, não se usa crase antes de verbos ou palavras masculinas.
Exemplos:
- Correto: “Vou à escola.”
- Errado: “Vou à estudar.”
Se estiver em dúvida, experimente trocar a palavra feminina por uma masculina. Se a frase soar estranha, provavelmente a crase é necessária.
“A gente” ou “nós”? Depende do contexto
“A gente” é uma forma mais coloquial de dizer “nós”, mas isso não significa que esteja errada. O importante é usá-la com o verbo no singular, já que é uma expressão no singular.
Exemplo:
- Correto: “A gente vai ao cinema.”
- Formal: “Nós vamos ao cinema.”
Ou seja, escolha de acordo com a ocasião. Em situações formais, prefira “nós”.
Até Alexandre de Moraes pode errar, mas você pode evitar!
Mesmo figuras públicas com cargos importantes estão sujeitas a escorregões no português. A boa notícia é que, com atenção e prática, é possível evitar os erros de português mais comuns. Prestar atenção aos detalhes e revisar os textos antes de enviar ou publicar pode fazer toda a diferença.
Resumo: A troca entre “mas” e “mais”, como no despacho de Alexandre de Moraes, mostra que os erros de português podem acontecer com qualquer pessoa. Para evitá-los, é essencial conhecer as regras básicas e prestar atenção nos detalhes. Afinal, a língua é viva – e dominar seu uso é uma habilidade que se constrói todos os dias.
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