A cantora e empresária Preta Gil morreu aos 50 anos, neste domingo (20), após enfrentar complicações de um câncer colorretal – também conhecido como câncer de intestino.
Diagnosticada em 2023, Preta passou por cirurgias e tratamentos intensivos, incluindo uma etapa nos Estados Unidos, onde buscava terapias experimentais.
A doença é grave, mas pode ser evitada e tratada com mais eficácia quando descoberta precocemente.
O que é o câncer colorretal?
O câncer colorretal afeta o cólon (parte do intestino grosso) e o reto. A maioria dos casos se origina a partir de pólipos, que são pequenos crescimentos benignos na parede do intestino. Com o tempo, alguns desses pólipos podem sofrer alterações e se transformar em tumores malignos, como o adenocarcinoma, tipo diagnosticado em Preta Gil.
Esse tipo de câncer é o segundo mais frequente no aparelho digestivo e o terceiro que mais mata no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estima-se que surjam mais de 40 mil novos casos por ano no país.
Quem tem mais risco?
Embora possa ocorrer em qualquer pessoa, o câncer colorretal é mais comum a partir dos 45 anos e tem maior incidência entre os 60 e 70 anos. Alguns fatores aumentam o risco da doença:
- Dieta pobre em fibras e rica em carnes processadas ou gorduras
- Obesidade e sedentarismo
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool
- Histórico familiar de câncer de intestino, ovário, útero ou mama
- Doenças pré-existentes como colite ulcerativa, doença de Crohn e síndromes genéticas
Sintomas nem sempre aparecem no início
Um dos principais desafios no combate ao câncer colorretal é o fato de que muitos casos são silenciosos. Ou seja, os sintomas só aparecem quando a doença já está em estágio mais avançado. Por isso, a colonoscopia de rastreamento é tão importante.
Mesmo assim, alguns sinais podem surgir e não devem ser ignorados:
- Mudança nos hábitos intestinais (como diarreia ou constipação persistente)
- Sensação de evacuação incompleta
- Sangue nas fezes (vermelho vivo ou fezes escurecidas)
- Dores ou cólicas abdominais frequentes
- Cansaço extremo sem motivo aparente
- Perda de peso involuntária
Diagnóstico precoce pode salvar vidas
A colonoscopia é o principal exame para detectar precocemente o câncer colorretal. Ele permite identificar e remover pólipos antes que se tornem malignos. O exame é indicado a partir dos 45 anos para pessoas sem sintomas e a partir dos 35 em casos com histórico familiar.
Outros exames que auxiliam no diagnóstico são:
- Tomografia e ressonância magnética
- Pet Scan (tomografia por emissão de pósitrons)
- Dosagem de marcadores tumorais no sangue
Apesar dos avanços na tecnologia e no acesso a exames, especialistas alertam que ainda há tabus e medo que afastam os pacientes da prevenção. Muitas pessoas adiam a ida ao médico mesmo após perceberem sintomas como sangramentos intestinais, atribuindo-os a causas comuns como hemorroidas.
Como é o tratamento?
O tratamento depende do estágio em que a doença é descoberta. Quando identificada no início, a cirurgia pode ser suficiente para curar o paciente. Em casos mais avançados, o câncer pode se espalhar para outros órgãos, como fígado, cérebro ou peritônio, exigindo um plano mais agressivo de combate com:
- Cirurgia oncológica
- Quimioterapia
- Radioterapia
- Tratamentos-alvo ou imunoterapia, em alguns casos
Tumores mais agressivos, como o que afetou Preta Gil, podem exigir abordagens combinadas e, muitas vezes, tratamentos fora do país, dependendo da disponibilidade de medicamentos.
Resumo:
O câncer colorretal, que causou a morte de Preta Gil, é um dos tipos mais letais no Brasil, mas pode ser evitado ou tratado precocemente com exames como a colonoscopia. A doença costuma ser silenciosa, mas sinais como sangue nas fezes, alterações intestinais e perda de peso merecem atenção. Alimentação saudável, hábitos ativos e rastreamento precoce são fundamentais para reduzir os riscos.
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