Pele fina, noites mal dormidas, genética ou até estrutura óssea: a verdade é que as olheiras não têm uma única causa – e, por isso mesmo, também não existe uma solução mágica. Enquanto algumas pessoas convivem com marcas suaves, que aparecem apenas quando estão cansadas, outras enfrentam olheiras mais profundas, pigmentadas e difíceis de disfarçar até com corretivo. Mas, afinal, como acabar com as olheiras?
Mas será que todo tipo de olheira pode ser revertido? Cremes funcionam mesmo? Quando é hora de investir em um procedimento? Para ajudar você a entender o que acontece debaixo dos seus olhos, conversamos com a dermatologista Raphaella Marques e o cirurgião plástico Fernando Amato, que explicam tudo o que você precisa saber para tratar, prevenir e – por que não? – fazer as pazes com suas olheiras.
Quais são as causas das olheiras?
Segundo a dermatologista Raphaella Marques, as olheiras nem sempre têm relação com o cansaço, apesar dele piorar o quadro. “Entre as causas mais comuns estão a hereditariedade, que influencia na vascularização da área e no acúmulo de melanina; a má circulação sanguínea, que pode deixar a região arroxeada ou azulada; e a perda de volume ou flacidez, que criam sombras na região abaixo dos olhos”, explica.
Ou seja, dormir pouco pode até acentuar o problema, mas, muitas vezes, a raiz é bem mais profunda, inclusive, no sentido literal.

Tipos e colorações de olheiras
Identificar o tipo de olheira é o primeiro passo para um tratamento eficaz. Raphaella lista os principais:
- Pigmentares: amarronzadas, causadas pelo acúmulo de melanina. São mais comuns em pessoas com pele morena ou negra.
- Vasculares: azuladas ou arroxeadas, provocadas pela má circulação ou pela transparência dos vasos sob a pele fina.
- Estruturais: ocorrem por questões anatômicas, como sulcos profundos e perda de gordura.
- Mistas: combinação de dois ou mais tipos anteriores – o que, segundo a dermatologista, é bem comum.
As diferentes colorações também ajudam a entender qual ativo ou procedimento será mais eficaz. “As olheiras amarronzadas respondem bem a clareadores como vitamina C e ácido tranexâmico; as azuladas, a ativos que melhoram a circulação, como a cafeína”, orienta a médica. Já quando o problema é estrutural, a indicação costuma ser o preenchimento com ácido hialurônico.
Quando os cosméticos funcionam
“Os cremes funcionam, desde que sejam usados com constância e escolhidos conforme o tipo de olheira”, afirma Raphaella. Ela recomenda ficar de olho em ativos como vitamina C, niacinamida, ácido tioglicólico, ácido tranexâmico, retinol, cafeína e peptídeos. No entanto, reforça: “casos estruturais ou de pigmentação intensa dificilmente terão bons resultados com cosméticos sozinhos”.
Outro ponto importante é usar um produto específico para os olhos. A pele da região é mais fina e sensível, e fórmulas inadequadas podem causar ardência, irritação ou piorar as olheiras. “Os cremes para o rosto em geral não tratam bolsas, olheiras ou linhas finas da mesma forma que os produtos desenvolvidos exclusivamente para a área dos olhos”, ressalta.
Hábitos que ajudam a acabar com as olheiras
Antes de pensar em tratamentos estéticos, Raphaella sugere revisar alguns hábitos diários que fazem diferença no aspecto das olheiras:
- Dormir bem e manter uma rotina regular de sono;
- Beber bastante água;
- Usar protetor solar também na área dos olhos;
- Evitar esfregar a região com força;
- Reduzir o consumo de álcool e evitar o cigarro;
- Incluir antioxidantes na alimentação;
- Aplicar compressas geladas pela manhã para aliviar inchaços e estimular a circulação.

Quando o problema é mais profundo
Para o cirurgião plástico Fernando Amato, as olheiras podem ter componentes vasculares, pigmentares ou estruturais e, dependendo da profundidade e coloração, podem ser difíceis de reverter totalmente. “Mas sempre é possível melhorar. O mais importante é avaliar corretamente o que está causando a olheira para indicar o tratamento adequado”, explica.
O especialista detalha os principais procedimentos que podem melhorar o aspecto da região:
- Preenchimento com ácido hialurônico: melhora temporariamente o sulco da olheira, mas o efeito é reversível e dura de um a dois anos;
- Preenchimento com gordura: técnica cirúrgica com efeito mais duradouro;
- Laser: pode atuar na qualidade da pele ou na redução de vasos visíveis;
- Blefaroplastia: cirurgia que retira ou reposiciona a gordura da região das pálpebras, suavizando o contorno do olhar. Este, segundo ele, é o procedimento mais completo, especialmente em casos com bolsas e flacidez. “Pode ser feita com cortes internos, sem deixar cicatrizes aparentes, e melhora bastante a transição do olho para o rosto”, conta.
Procedimentos estéticos pedem cautela
Apesar dos benefícios, os procedimentos exigem atenção para não cair no exagero. “Existe uma frase que usamos: ‘menos é mais’. Na região dos olhos, um pouquinho a mais pode estragar todo o resultado. Por isso, buscamos sempre um efeito natural, suave, sem que pareça que houve intervenção”, alerta Fernando.
A idade ideal para esses tratamentos varia de pessoa para pessoa. Segundo o médico, a blefaroplastia é mais comum a partir dos 60 anos, mas pode ser indicada antes, dependendo do caso. Já os preenchimentos e lasers são opções menos invasivas, ideais para pacientes mais jovens, desde que bem avaliados e indicados.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (27 de junho). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
Resumo: Nem toda olheira é causada pelo cansaço — fatores como genética, estrutura óssea e circulação também influenciam. Identificar o tipo é essencial para escolher o melhor tratamento, que pode envolver cremes, hábitos saudáveis ou procedimentos estéticos. Segundo especialistas, não existe solução única, mas há formas eficazes de suavizar ou até prevenir o problema.
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