Crescer na carreira envolve mais do que esperar por uma promoção ou aguardar o reconhecimento do chefe. O verdadeiro avanço começa quando assumimos o controle do nosso próprio desenvolvimento. Para a coach e sócia da Quantum Development, Bianca Aichinger, é hora de repensar velhos conceitos: “O plano de carreira tradicional está ultrapassado. É preciso se empoderar e focar no que está dentro da sua zona de controle”.
Segundo ela, o crescimento profissional não depende só do líder. Pelo contrário: ele nasce de um ciclo contínuo de reflexão, ação e aprendizado. A proposta é clara — olhar para dentro, identificar pontos de melhoria e buscar evoluir com constância. E, para isso, ouvir a opinião de quem convive com você no trabalho é essencial.
Feedback é ferramenta de autoconhecimento
Saber pedir um feedback com maturidade pode abrir portas e fortalecer sua trajetória profissional. Mais do que uma simples devolutiva, ele funciona como espelho: ajuda a identificar pontos fortes, ajustar rotas e construir relações de confiança no ambiente de trabalho.
Bianca recomenda o uso da Comunicação Não Violenta (CNV) como uma forma respeitosa e estruturada de iniciar a conversa. A técnica é simples e, além disso, demonstra empatia e responsabilidade emocional. Confira o passo a passo proposto por ela:
- Observe os fatos: “Percebo que temos trabalhado bastante nos últimos projetos e que as entregas estão sendo feitas.”
- Compartilhe seus sentimentos: “Estou me sentindo um pouco insegura sobre se estou no caminho certo.”
- Expresse suas necessidades: “Preciso de mais clareza e orientação para continuar crescendo e contribuindo da melhor forma.”
- Faça um pedido claro: “Você poderia compartilhar comigo seu feedback sobre meu trabalho e alinharmos expectativas para os próximos passos?”
Essa abordagem reduz resistências e aumenta as chances de uma troca produtiva — especialmente quando feita em um momento oportuno.
Escolha o momento certo para conversar
Saber a hora certa de pedir um retorno é tão importante quanto saber o que dizer. Evite períodos de alta demanda ou reuniões tumultuadas. Prefira ambientes reservados e avise seu gestor com antecedência.
“Dar tempo para o líder refletir antes da conversa aumenta a chance de um diálogo construtivo”, orienta Bianca. Assim, ambos se sentem mais confortáveis e preparados para uma escuta verdadeira, que beneficie os dois lados.
Comunicação vai além das palavras
Além da conversa direta, também é possível captar sinais sobre como seu desempenho está sendo percebido. De acordo com um estudo da Universidade da Califórnia (UCLA), boa parte da comunicação acontece de forma não verbal — através do tom de voz, da postura e até do olhar.
Por isso, atenção: ser incluída em projetos estratégicos, ter autonomia ou ser consultada em decisões importantes são indícios positivos. Por outro lado, excesso de supervisão, exclusões e falta de retorno sobre entregas podem indicar que algo precisa ser ajustado.

Atitude conta mais do que técnica
Para Bianca, o que diferencia profissionais que crescem daqueles que ficam estagnados não é só a competência técnica. “O diferencial está em como cada um encara os desafios”, explica.
Ela cita o conceito de mindset de crescimento, popularizado pela psicóloga Carol Dweck, e a filosofia estóica como estratégias que ajudam a focar no que está ao nosso alcance. Em outras palavras, é a postura diante das situações que dita o ritmo da evolução.
Clareza e diálogo fortalecem sua carreira
Em um mercado cada vez mais dinâmico, saber conversar sobre desempenho de maneira aberta e estratégica se torna um grande diferencial. Ainda que pareça desconfortável no início, esse tipo de iniciativa fortalece vínculos com a liderança e ajuda a construir uma trajetória profissional mais sólida.
Portanto, sempre que sentir necessidade, abra espaço para pedir um feedback, alinhar expectativas e crescer com consciência. Lembre-se: cuidar da carreira também é um gesto de autocuidado.
Resumo: Conversar com o gestor sobre desempenho é essencial para o crescimento profissional. Usar a técnica da Comunicação Não Violenta ajuda a estruturar esse diálogo com empatia e clareza. Além disso, escolher o momento certo e observar os sinais não verbais pode fortalecer sua carreira. Atitudes proativas são mais valiosas do que esperar por reconhecimento automático.
Leia também:
Currículo em dia: o que ainda funciona (e o que já ficou ultrapassado)