Porque temos febre é uma dúvida frequente em situações de mal-estar. A febre não é uma doença, mas um sinal de alerta do organismo. Sem compreender esse mecanismo, muitas pessoas se preocupam ou agem de modo precipitado.
- O que causa a elevação da temperatura corporal e os principais gatilhos
- Funções da febre e seu papel no funcionamento do sistema imunológico
- Situações que exigem atenção médica imediata
Como funciona o mecanismo da febre no corpo?
Febre é uma resposta fisiológica comandada pelo centro regulador de temperatura no cérebro, chamado hipotálamo. Quando agentes infecciosos, como vírus e bactérias, invadem o corpo, substâncias conhecidas como pirogênios entram em ação, sinalizando ao hipotálamo que é preciso aumentar a temperatura. Essa elevação atua como defesa, tornando o ambiente corporal menos propício para a proliferação dos invasores.
Ao detectar a presença de substâncias estranhas, o organismo libera um conjunto de mediadores químicos, como as citocinas e prostaglandinas, que estimulam o aumento da febre. Essa reação provoca sintomas como calor excessivo, calafrios, dor de cabeça e sensação de fraqueza, comuns em processos gripais e infecções.
@portaldrauziovarella Anota aí: passou de 37,8°C, é febre. #drauziovarella #febre ♬ som original – Portal Drauzio
Principais causas de febre: quais são?
Entre os principais motivos para o aparecimento da febre, infecções virais e bacterianas lideram. Doenças como gripe, resfriado, dengue, COVID-19 e infecções urinárias estão entre os exemplos mais comuns. Em bebês e crianças, vacinas podem desencadear quadro febril leve, que costuma resolver em poucas horas.
Outros fatores menos frequentes incluem reações a medicamentos, doenças inflamatórias crônicas ou mesmo condições autoimunes. Nessas situações, além da temperatura elevada, outros sintomas como dor, vermelhidão, cansaço extremo ou inchaço podem surgir. Por isso, observar o conjunto de sinais é fundamental para identificar possíveis causas.
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Febre é sempre sinal de doença grave?
Muitas pessoas se perguntam se toda elevação de temperatura indica algo preocupante. Na maioria dos casos, a febre é associada a quadros autolimitados, como infecções virais leves. Nesses cenários, a febre costuma desaparecer em poucos dias, principalmente quando não há outros sintomas graves associados.
No entanto, alguns sinais pedem atenção imediata, como febre acima de 39°C persistente por mais de três dias, convulsões, estado de confusão, manchas roxas pelo corpo ou dificuldade para respirar. Em crianças menores de seis meses, qualquer pico febril deve ser avaliado por um profissional de saúde para descartar complicações.
A febre tem função protetora no organismo
Ao elevar a temperatura, o corpo ativa mecanismos importantes para a defesa contra agentes infecciosos. O aumento térmico dificulta a multiplicação de microrganismos e potencializa a atividade das células de defesa, favorecendo o combate à infecção. Por isso, baixar a febre sem necessidade pode prejudicar essa resposta natural.
Recomenda-se o uso de antitérmicos apenas quando a febre estiver provocando desconforto significativo, dor intensa ou em casos específicos, como pacientes com histórico de convulsões febris. Hidratação adequada, repouso e observação dos sintomas são medidas geralmente indicadas para manejo domiciliar.
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Quando buscar avaliação médica diante da febre
Embora a febre seja uma reação esperada, algumas situações exigem observação rigorosa. Recém-nascidos, idosos e pacientes imunossuprimidos apresentam risco maior de complicações. Febre acompanhada de dor intensa, rigidez na nuca, dificuldade para acordar, vômitos persistentes ou manchas na pele deve ser motivo de avaliação médica rápida.
Em adultos saudáveis, a febre sem outros sintomas graves pode ser acompanhada em casa, priorizando o repouso e a hidratação. A persistência dos sintomas por mais de três dias ou a piora do estado geral são critérios para buscar orientação de um profissional de saúde.
O que aprendemos sobre a febre
- Febre é uma resposta do corpo para combater agentes infecciosos, não uma doença em si.
- A observação dos sintomas associados à temperatura alta é fundamental para determinar a gravidade do quadro.
- A busca por avaliação médica se torna essencial diante de sinais de alerta, especialmente em crianças, idosos ou em presença de outros sintomas preocupantes.