Quando pensamos no feriado nos EUA, logo vêm à mente as cenas de fogos de artifício, churrascos no quintal, bandeiras hasteadas e um forte sentimento patriótico. O que muitos não sabem, no entanto, é que a data que simboliza a independência dos Estados Unidos não é exatamente a data em que o país se tornou independente.
Na verdade, o Congresso Continental votou a favor da independência no dia 2 de julho de 1776. Dois dias depois, em 4 de julho, os delegados aprovaram o texto final da Declaração de Independência. Ou seja, foi nesse dia que o documento, redigido por Thomas Jefferson e revisado por outros membros do chamado Committee of Five, ganhou forma e significado.
Mesmo com a votação já decidida, o 4 de julho ficou marcado como a data oficial da ruptura com a Grã-Bretanha – e, por consequência, o início da trajetória da nova república.
Como o 4 de julho nos EUA virou um símbolo
O entusiasmo com a conquista foi tanto que, já no dia seguinte, John Adams escreveu para sua esposa, Abigail, prevendo que o 2 de julho seria celebrado por gerações. Mas foi o 4 de julho nos EUA que conquistou o posto de data histórica, justamente por ter sido o dia em que o Congresso aprovou a declaração escrita.
Desde então, essa data passou a representar um marco de orgulho nacional. Contudo, é fundamental lembrar que o novo país não reconheceu, de imediato, os direitos de todos os seus habitantes. Pessoas escravizadas, mulheres e povos indígenas seguiram excluídos das promessas de “vida, liberdade e busca da felicidade”.
Por trás da independência: interesses e exclusões
O caminho até a independência envolveu negociações, impasses e disputas políticas. Inicialmente, estados como Carolina do Sul e Pensilvânia se mostraram contra a ruptura com a coroa britânica. Só após reviravoltas internas, como a chegada de Caesar Rodney para votar por Delaware, o grupo conseguiu unanimidade no apoio à independência.
Enquanto isso, Thomas Jefferson preparava o texto da declaração, inspirado em outras resoluções como a Fairfax County Resolves e a Declaração de Direitos da Virgínia. Apesar do tom idealista, o documento original incluía uma forte crítica à escravidão – que acabou removida após pressão dos estados do sul.
Mesmo que a data seja celebrada com grande festa, é importante reconhecer que o processo histórico por trás do feriado nos EUA também carrega contradições. A busca por liberdade não foi igualmente estendida a todos os cidadãos da nova nação.
O que o 4 de julho nos EUA representa hoje?
Atualmente, o 4 de julho nos EUA é feriado nacional e um dos mais importantes do calendário americano. Além das celebrações tradicionais, ele serve como um lembrete do nascimento da nação. Ainda assim, cada vez mais pessoas aproveitam a ocasião para refletir sobre os direitos civis e o longo caminho que o país percorreu – e ainda precisa percorrer – para garantir igualdade a todos.
A data também inspira debates sobre inclusão e justiça social, algo que está cada vez mais presente nas conversas sobre o verdadeiro significado da independência. Afinal, para muitas comunidades, o ideal de liberdade plena só começou a se concretizar muitos anos depois – e, em alguns casos, ainda segue em construção.
Resumo: O 4 de julho nos EUA celebra a adoção da Declaração de Independência, ocorrida em 1776. Apesar da festa, o contexto histórico revela exclusões e interesses políticos que marcaram a formação da nova nação. A data continua relevante, mas também inspira reflexões sobre liberdade e igualdade.
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