Durante uma transmissão ao vivo no SP1, da TV Globo, a repórter Beatriz Backes flagrou, sem intenção, uma agressão contra uma criança dentro do Museu Catavento, em São Paulo. Enquanto apresentava a exposição Nosso Corpo, Nosso Mundo, a jornalista mostrou, ao fundo, o momento em que uma mulher encurralou um menino contra a parede e lhe deu um tapa no rosto.
A repórter mostrava um espaço que simula o quarto de uma criança, com objetos como bichinhos de pelúcia, itens de higiene e um ventilador, para explicar como vírus e bactérias podem atingir o sistema imunológico. Enquanto caminhava pelo ambiente e apresentava os totens sobre vacinação, a câmera registrou a mulher se agachando diante do menino, apontando o dedo e, em seguida, agredindo o garoto com um tapa.
Após a agressão, ambos agiram como se nada tivesse ocorrido ao perceberem a presença da repórter. Nem Beatriz Backes nem a apresentadora Mariana Aldano comentaram o acontecimento durante a transmissão.
Repórter flagra agressão a criança durante reportagem no SP1 pic.twitter.com/QdNd3fGPb9
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) July 3, 2025
Bater em criança é crime?
Sim, qualquer forma de agressão, seja física ou psicológica, contra crianças ou adolescentes é considerada crime no Brasil. A Constituição Federal assegura a dignidade desses indivíduos, protegendo-os de qualquer tipo de violência, crueldade ou opressão.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é o principal instrumento legal que garante os direitos desse público, estabelecendo medidas de proteção e penalidades para os agressores. Ele também prevê ações preventivas e orientações para casos de violência.
Consequências emocionais e comportamentais
A assistente social Ieda Maria Gonzaga, da UBS Jardim Coimbra (CEJAM), alerta que mesmo punições aparentemente leves, como palmadas, podem gerar traumas. “A violência contra crianças e adolescentes, mesmo que disfarçada de disciplina, pode causar sérias consequências psicológicas”, afirmou a profissional.
Entre os efeitos estão estresse, dificuldade de aprendizado, risco aumentado de doenças crônicas e alterações no comportamento. Segundo Ieda, as crianças vítimas de violência podem desenvolver agressividade, ansiedade, medo, baixa autoestima, distúrbios do sono e problemas de adaptação na escola.
Além dos danos psicológicos, o uso de punição física está associado a comportamentos de rebeldia, desejo de vingança, prática de bullying e até envolvimento com infrações na adolescência. “A criança deixa de ver o adulto como alguém em quem confiar, e passa a agir com base no medo e não no respeito”, explicou a assistente social.
Mesmo que a agressão seja motivada por disciplina, a lei não permite o uso de violência como método educativo. Testemunhas podem denunciar anonimamente pelo Disque 100 ou em conselhos tutelares.
Resumo: Durante uma reportagem ao vivo da Globo no Museu Catavento, a repórter Beatriz Backes flagrou uma mulher agredindo uma criança com um tapa no rosto. O caso chamou atenção para o fato de que bater em criança é crime, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Especialistas alertam que qualquer violência pode causar sérios danos psicológicos e comportamentais.
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