A febre aftosa é uma doença infecciosa causada por um vírus da família Picornaviridae, que afeta principalmente animais como bovinos, suínos, caprinos e ovinos. O contágio entre eles acontece por meio de secreções, saliva, fezes, urina e até mesmo pelo vento — desde que haja condições específicas de temperatura e umidade.
Contudo, apesar de o nome assustar, os casos em humanos são extremamente raros. “É necessário ter um contato muito próximo com animais contaminados, o que é improvável, especialmente em crianças”, explica Julio Croda, infectologista da Fiocruz, ao G1. Por isso, especialistas afirmam que a febre aftosa não representa risco significativo à saúde pública.
Segundo o Ministério da Agricultura, mesmo nos raros episódios em que a doença atinge humanos, os sintomas costumam ser leves: febre baixa e o aparecimento de algumas aftas. Em maio de 2024, o Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como livre da febre aftosa sem vacinação, um marco para o setor agropecuário.
Como a síndrome mão-pé-boca afeta as crianças
Ao contrário da febre aftosa, a síndrome mão-pé-boca é bem mais comum, principalmente entre bebês e crianças com menos de cinco anos. A doença é causada por vírus da família Enterovirus, como o Coxsackie, que vive normalmente no sistema digestivo.
A transmissão acontece pelo contato com fezes, saliva, gotículas respiratórias e superfícies contaminadas. Por isso, ela costuma se espalhar com facilidade em escolas e creches. Entre os sintomas mais frequentes estão:
- Febre leve a moderada;
- Aftas na boca e feridas ao redor dos lábios;
- Manchas vermelhas nas mãos e pés, que podem virar pequenas bolhas;
- Em alguns casos, as erupções se espalham pelo corpo.
Segundo o Ministério da Saúde, embora a síndrome mão-pé-boca costume causar desconforto, a evolução é benigna e os sintomas desaparecem em até 10 dias.
Tays Reis confundiu os quadros, mas o alerta vale para todos os pais
Recentemente, a cantora Tays Reis usou as redes sociais para contar que a filha havia sido diagnosticada, a princípio, com febre aftosa. No vídeo, ela relatou que a pequena apresentava manchas nas mãos e feridas na boca — sintomas que a deixaram confusa sobre o diagnóstico.
“Existe a gripe aftosa que dá em crianças. Então o médico está certo ou errado? Agora fiquei confusa, gente”, desabafou. Pouco depois, Tays atualizou os seguidores dizendo que, na verdade, tratava-se da síndrome mão-pé-boca, o que também havia sido alertado pela escola da criança dias antes.
De fato, os sintomas semelhantes podem gerar confusão. Porém, como destaca o infectologista Julio Croda, o mais provável é que tenha ocorrido um erro de comunicação entre a família e o profissional de saúde.
Cuidados importantes para prevenir a mão-pé-boca
Diante da alta transmissibilidade da síndrome mão-pé-boca, vale reforçar os cuidados com a higiene, especialmente em locais com grande circulação de crianças. Algumas recomendações importantes são:
- Lavar bem as mãos com água e sabão, principalmente após trocar fraldas ou antes das refeições;
- Evitar o compartilhamento de brinquedos e utensílios;
- Limpar e desinfetar superfícies e objetos de uso comum com frequência;
- Manter a criança em casa até a recuperação total, reduzindo o risco de transmissão.
Embora não exista tratamento específico, repouso, hidratação e alimentação leve ajudam na recuperação. Em caso de febre persistente ou feridas que pioram, o ideal é procurar um pediatra.
Resumo: Apesar de nomes semelhantes e sintomas parecidos, febre aftosa e síndrome mão-pé-boca são doenças muito diferentes. Enquanto a primeira é rara em humanos e está relacionada ao contato com animais, a segunda é comum entre crianças e exige cuidados com higiene para evitar surtos.
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