Segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira convivia com transtornos de ansiedade em 2019. Dados mais recentes revelaram um número ainda mais alarmante: 56 milhões de pessoas receberam diagnóstico de ansiedade no país, de acordo com a pesquisa Covitel, de 2024. Esse número representa 26,8% da população brasileira.
Um transtorno sorrateiro
Muitas pessoas associam o transtorno de ansiedade a sintomas visíveis ou intensos, como crises de pânico, falta de ar, tremores e medo paralisante. Embora essas manifestações existam, é comum que a ansiedade se apresente de forma mais sutil. “Em muitos casos, a ansiedade se instala silenciosamente, como quem aprende a habitar o corpo sem ser notada”, explica a psicóloga Nataly Martinelli em entrevista à AnaMaria.
Quando a ansiedade não tem cara de ansiedade
Esse transtorno pode se disfarçar de comportamentos considerados naturais ou, pior, de sinais de virtude, competência e zelo. Segundo Nataly, há pessoas que se sentem desconfortáveis ao relaxar ou culpadas por simplesmente aproveitar um momento de descanso.
Entre os sinais menos reconhecidos da ansiedade, estão:
- Sensação de cansaço constante, mesmo após uma noite de sono;
- Irritabilidade frequente;
- Dificuldade para tomar decisões simples;
- Balançar as pernas ou roer unhas automaticamente;
- Necessidade de estar sempre ocupada;
- Esquecimento de tarefas rotineiras.
Ansiedade ou cansaço? Aprenda a diferenciar
É comum confundir ansiedade com estresse ou simplesmente cansaço. A diferença está na origem e no comportamento dos sintomas:
- Estresse: costuma ter um motivo específico e, depois que a situação se resolve, os sintomas desaparecem.
- Cansaço: melhora com o descanso.
- Ansiedade: é marcada por uma constante antecipação do futuro, mesmo sem motivo real. A pessoa descansa, mas não relaxa. Acorda cansada. Vive em alerta.
Se perceber os sintomas, busque ajuda!
“Reconhecer os sinais desse transtorno exige escuta do corpo, dos silêncios, dos gestos repetidos. É quase como aprender uma língua: a linguagem íntima entre o que sentimos e o que finalmente ousamos nomear”, finaliza Nataly.
Resumo: A ansiedade nem sempre se manifesta com sintomas intensos. Muitas vezes, aparece disfarçada em gestos sutis, como cansaço constante, irritabilidade e necessidade de estar sempre ocupada. Aprender a reconhecer esses sinais é o primeiro passo para buscar ajuda.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (6 de junho). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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