O diabetes gestacional acontece quando os níveis de açúcar no sangue aumentam durante a gravidez. Embora essa condição seja temporária, ela pode trazer sérios riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. De acordo com o Atlas de Diabetes 2025, cerca de 589 milhões de adultos convivem com algum tipo de diabetes no mundo, o que demonstra a importância de se atentar à prevenção e ao tratamento durante a gestação.
Segundo Rosiane Mattar, presidente da Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), fatores como gravidez em idade avançada, sobrepeso, obesidade, histórico familiar de diabetes, síndrome dos ovários policísticos, hipertensão, pré-eclâmpsia e gestações anteriores com fetos de crescimento excessivo aumentam as chances da doença surgir. Por isso, é essencial conversar com o médico desde o planejamento da gravidez.
Os perigos do diabetes pré-existente na gestação
Quando a mulher já tem diabetes antes de engravidar, os cuidados precisam ser ainda maiores.“Se a gestante engravida com níveis elevados de glicemia no momento do processo do desenvolvimento embrionário, há um risco muito maior de abortamento”, alerta Rosiane. Isso porque o desenvolvimento do bebê pode ser comprometido logo no início da gestação, com maiores chances de complicações graves.
Além disso, o diabetes mal controlado pode provocar hiperglicemia e hiperinsulinemia no feto, além de aumentar a hemoglobina glicada. Como consequência, o ambiente dentro do útero pode ficar com pouco oxigênio, o que leva o bebê a produzir mais glóbulos vermelhos como defesa. Contudo, esse esforço pode resultar em riscos à vida do pequeno.
Como o diabetes gestacional pode afetar mãe e bebê
O diabetes gestacional, quando não tratado adequadamente, pode gerar uma série de complicações. Rosiane explica que, para a mãe, há aumento no risco de cetoacidose diabética, nefropatia, pré-eclâmpsia grave e infecções que são difíceis de controlar, principalmente em mulheres com diabetes tipo 1 ou tipo 2 antes da gestação. Para o bebê, o perigo maior é o crescimento exagerado, o que pode dificultar o parto e aumentar o risco de traumas no nascimento.
Por isso, o acompanhamento médico é essencial. A realização de exames, o controle rigoroso da glicemia e uma alimentação balanceada são aliados importantes na busca por uma gestação saudável e segura.
Cuidados fundamentais para gestantes com diabetes
Quando a mulher possui diabetes tipo 1, os cuidados devem ser ainda mais rigorosos. “É fundamental que a mulher planeje a gravidez para garantir que entre nesse momento com hemoglobina glicada abaixo de 6,5% e com as comorbidades controladas. O acompanhamento multidisciplinar e a profilaxia de complicações, como a pré-eclâmpsia, fazem toda a diferença para um desfecho positivo”, reforça a especialista.
Além disso, manter o peso adequado antes da gestação, praticar atividades físicas de forma orientada e seguir as orientações do obstetra são medidas importantes que ajudam a reduzir os riscos. Vale lembrar que o diagnóstico precoce do diabetes gestacional permite um cuidado mais eficaz e aumenta as chances de um parto tranquilo.
Resumo: O diabetes gestacional exige atenção redobrada durante a gravidez para evitar complicações. Com planejamento, acompanhamento médico e cuidados no dia a dia, é possível viver uma gestação mais tranquila e segura. Além disso, controlar o diabetes antes da gravidez contribui para proteger mãe e bebê de riscos maiores.
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