Eles não soltam fumaça, não exalam vapor e podem passar despercebidos. Os sachês de nicotina, também chamados de nicotine pouches, são hoje a categoria de produto nicotínico que mais cresce no mundo – especialmente entre os jovens.
Feitos com fibras vegetais, aromatizantes e nicotina em pó, esses sachês são colocados entre a gengiva e a bochecha.
Não têm tabaco em sua composição, o que faz com que muitas pessoas enxerguem esse formato como uma “alternativa mais limpa”. No entanto, médicos e centros de saúde alertam: menos nocivo não significa seguro.
Crescimento acelerado no mercado
Segundo projeções do setor, o consumo de sachês deve crescer mais de 2.500% em 2025, em comparação a 2019. Até o fim de 2026, o segmento deve ultrapassar US$ 18 bilhões em valor global, com estimativa de alcançar US$ 35 bilhões até 2030. Nos Estados Unidos, o mercado pode quadruplicar nesse mesmo período.
A grande vantagem apontada pelos usuários é a praticidade: não precisa acender, não gera odor, pode ser usado discretamente e muitas vezes passa despercebido em locais públicos.
Mas há uma preocupação crescente: o uso entre adolescentes quase dobrou nos EUA em apenas um ano, subindo de 3% para 5,4%. Memes, vídeos virais e embalagens chamativas, que lembram balas ou chicletes, contribuem para o apelo entre o público jovem.
Eles são mais seguros do que cigarros ou vapes?
Os sachês não utilizam combustão e não geram vapor – dois fatores que de fato eliminam alguns dos danos associados ao fumo. No entanto, eles ainda liberam nicotina em quantidades variadas, o que pode prejudicar o aprendizado, reduzir a capacidade de atenção e criar dependência.
Outro ponto importante é que, por não conterem tabaco, esses produtos não são regulamentados com o mesmo rigor pelos órgãos de saúde. Isso significa que faltam estudos de longo prazo sobre os impactos na saúde, especialmente no cérebro em desenvolvimento de adolescentes e jovens adultos.
Possíveis efeitos colaterais
Apesar de parecerem inofensivos, os sachês podem causar:
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Irritação das gengivas
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Boca seca
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Náuseas
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Soluços
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Aumento da dependência de nicotina – no longo prazo, a dependência pode aumentar o risco de recaída no uso de outros produtos de tabaco, como cigarros tradicionais.
Os sachês de nicotina ajudam a parar de fumar?
Até o momento, não há evidências científicas suficientes para afirmar que os sachês de nicotina são eficazes como método para parar de fumar. Profissionais de saúde recomendam que, para quem deseja abandonar o cigarro, o ideal é buscar terapias aprovadas, como adesivos, gomas de nicotina ou sprays, todos com uso supervisionado por médicos.
Além disso, é essencial trabalhar o lado emocional e psicológico do vício. Técnicas como respiração profunda, meditação, prática de atividades físicas, mudança de rotina e pensamento positivo são estratégias recomendadas para lidar com os gatilhos do tabagismo.
Resumo:
Discretos e sem fumaça, os sachês de nicotina estão ganhando popularidade, principalmente entre os jovens. Apesar de parecerem mais inofensivos, especialistas alertam para os riscos da dependência e efeitos colaterais. A recomendação continua sendo: evite a nicotina em qualquer formato e, se quiser parar de fumar, procure métodos aprovados e apoio profissional.

Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!