Criado na década de 1920 na Argentina, o dogo argentino surgiu a partir de cruzamentos cuidadosamente planejados entre várias raças fortes, como boxer, mastim, pointer, bull terrier e até o extinto cão de Córdoba. O objetivo era desenvolver um cachorro com faro apurado, rápido e musculoso o suficiente para caçar presas grandes como javalis e pumas.
Mesmo que a raça tenha sido inicialmente pensada para caça e combate, o resultado foi um cão equilibrado, com temperamento firme, mas afetuoso e companheiro. Atualmente, ele é um grande parceiro para quem gosta de aventuras, desde que receba os estímulos e cuidados certos.
Aparência marcante e pelagem fácil de cuidar
Com pelagem branca e curta, o dogo argentino é um cachorro de grande porte que chama a atenção por onde passa. Seu corpo é forte e musculoso, e o crânio é mais largo que o de raças semelhantes, como o pit bull.
Embora algumas manchas escuras no rosto sejam aceitas, elas não podem ultrapassar 10% da região para cães de exposição. No entanto, se o seu dogo for apenas um pet da família, isso não será um problema. A pelagem curta é fácil de manter, exigindo apenas uma escovação semanal para remover pelos mortos e manter a pele saudável.
Temperamento: o dogo argentino é bravo ou brincalhão?
Apesar do porte imponente e da “cara de bravo”, o dogo argentino costuma ser gentil, alegre e até um pouco tímido. Ele se apega profundamente à família e gosta de estar por perto, especialmente se for bem socializado desde filhote.
Contudo, por ter uma personalidade dominante, esse cão precisa de um tutor firme, que mostre limites com afeto e constância. Com crianças e outros animais, o dogo pode se dar bem, mas precisa de supervisão e treinamento adequado para entender seu lugar na “matilha”. Isso se torna ainda mais importante se houver outros cachorros machos no mesmo espaço.
O dogo argentino late muito ou é mais reservado?
Ao contrário de outras raças, o dogo argentino não costuma latir à toa. Ele é mais silencioso, o que pode ser bom para quem busca um cão mais discreto. No entanto, por não avisar com latidos sobre a presença de estranhos, talvez não seja o cão de guarda ideal — a não ser que seja treinado para isso.
Além disso, é uma raça que precisa gastar energia. Passeios diários, brincadeiras e exercícios ajudam a manter o equilíbrio emocional e físico do pet. Se não tiver estímulo suficiente, o dogo pode ficar ansioso e acabar roendo móveis ou objetos da casa.
Cuidados essenciais com a saúde e o bem-estar da raça
Mesmo sendo uma raça robusta, o dogo argentino exige alguns cuidados importantes:
- Sol: a pele clara e sem subpelo o torna sensível à exposição solar. Evite passeios entre 10h e 16h e procure andar em áreas com sombra.
- Banhos e pelos: não é necessário dar banho com frequência. A cada dois meses costuma ser suficiente, com shampoo suave.
- Olhos: fique atento à possibilidade de catarata ou glaucoma. Use soro fisiológico para limpar a região regularmente.
- Unhas: o ideal é cortá-las a cada 15 dias ou lixá-las semanalmente, caso ele não aceite bem a tesoura.
Também vale lembrar que alguns dogos podem apresentar surdez congênita — cerca de 10% em ambos os ouvidos e 16% em apenas um, segundo estudo. Além disso, a displasia de quadril é uma condição comum e deve ser acompanhada de perto com exames veterinários periódicos.
Dogo argentino: um companheiro atlético que precisa se exercitar
Quem escolhe um dogo argentino como pet deve saber que ele precisa de muita atividade física. Caminhadas de 2 km por dia, associadas a treinos de adestramento e socialização, são fundamentais. Com espaço, estímulo e amor, ele se torna um grande amigo da família — obediente, protetor e sempre disposto a brincar.
Resumo: O dogo argentino é um cão forte, leal e cheio de energia. Ideal para quem tem espaço e disposição para treiná-lo, ele pode ser um ótimo companheiro familiar. Com os cuidados certos, é possível equilibrar sua natureza dominante com uma convivência afetuosa e respeitosa.
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