Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, muitos idosos se deparam com um novo desafio: o que fazer com o tempo livre? Segundo a ONU, a expectativa de vida no país saltou de 53 para 76 anos desde 1960. O envelhecimento ativo, portanto, se torna fundamental – e é nesse cenário que o voluntariado surge como uma das formas mais enriquecedoras de viver essa fase.
De acordo com a Pesquisa Voluntariado do Brasil, mais de 37% das pessoas engajadas em atividades voluntárias têm 50 anos ou mais. O voluntariado entre idosos cresce justamente por oferecer benefícios que vão muito além da solidariedade. Ele ajuda a manter a mente ativa, a superar o luto, a prevenir a depressão e a fazer novas amizades.
O valor de se sentir útil
Com a saída do mercado de trabalho, é comum que muitos idosos sintam uma perda de autonomia ou de propósito. O voluntariado resgata esse sentimento de pertencimento. Ao realizar atividades manuais, organizar eventos ou mesmo participar de projetos educativos, a pessoa passa a se ver como parte ativa de uma rede.
Foi o que aconteceu com as idosas atendidas pelo programa ASA Move Pessoas, da organização civil ASA, em São Paulo. O grupo se encontra semanalmente para fazer peças artesanais que depois são vendidas, com a renda revertida para os projetos sociais da instituição. O encontro, no entanto, vai muito além do trabalho com as mãos: é espaço de afeto, troca e construção coletiva.
Faz bem fazer o bem
Além do bem-estar emocional, o trabalho voluntário está associado a melhoras na saúde mental, autoestima, memória e sensação de pertencimento. Ele também contribui para evitar o isolamento social, um dos principais fatores de risco para a depressão entre os mais velhos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Mantém a mente ativa – Participar de atividades voluntárias estimula o raciocínio, a criatividade e o aprendizado constante.
- Fortalece a saúde emocional – O engajamento em causas sociais ajuda a prevenir a depressão, melhora a autoestima e ameniza sentimentos como tristeza e solidão.
- Cria e fortalece vínculos sociais – O voluntariado facilita novas amizades, promove a troca de experiências e combate o isolamento social.
- Dá sentido à rotina – Muitos idosos sentem falta de propósito após a aposentadoria. O voluntariado resgata o sentimento de utilidade e pertencimento.
- Ajuda a superar o luto – Estar em contato com outras pessoas e se envolver com ações significativas pode ajudar a atravessar momentos difíceis.
- Valoriza a experiência de vida – Idosos compartilham saberes, habilidades e histórias, sendo reconhecidos como figuras importantes nas redes de apoio.
- Contribui para o envelhecimento ativo – Manter-se socialmente engajado e fisicamente ativo favorece a qualidade de vida e a autonomia.
Resumo: com o aumento da expectativa de vida, o voluntariado tem ganhado espaço entre idosos. A prática traz benefícios como manter a mente ativa, fazer amizades e superar o luto.
