Já pensou no que vai fazer nas férias ou no próximo feriado prolongado? Que tal se aventurar e embarcar em uma viagem rumo ao Salar Uyuni, maior e mais alto deserto de sal do mundo, na Bolívia? Além das paisagens, com direito a vulcão ativo e lagos coloridos, comidas com lhama e bebidas de folha de coca também impressionam.
Salar Uyuni
Com 10 mil km², o salar fica a quase 4 mil metros acima do nível do mar, no sudoeste da Bolívia, próximo à Cordilheira dos Andes. Trata-se do maior e mais alto deserto de sal do mundo, acessível apenas por jipes 4×4. Além das altas altitudes, as paisagens e a comida completam a experiência de tirar o fôlego.
As acomodações, geralmente, são rústicas (tem até as feitas de sal) e é preciso levar roupas de frio para dormir, já que as temperaturas chegam a ser negativas à noite (enfrentei -5ºC) em algumas pousadas.
Lhama para comer e coca para beber
Os pacotes turísticos convencionais (o mais barato custa cerca de R$ 1.000) costumam oferecer refeições simples, porém, inesquecíveis. No trajeto, que tem duração de três dias, no mínimo, a partir da cidade Uyuni, é possível encontrar churrasquinho de lhama (linguiça feita com a carne do animal), além de cervejas e chás feitos com folha de coca.
A planta natural e fresca, no entanto, não é oferecida aos turistas – apenas os moradores e guias podem mascá-la para aliviar os incômodos do ar rarefeito. No meu caso, tive que fazer uso de remédio para controlar a insistente dor de cabeça.
Lugares históricos, como o Cemitério de Trens, abandonado por falta de recursos em meados do século XX, e Colchani, um povoado dedicado à exploração de sal e artesanatos, fazem parte da expedição.
Vulcão ativo e paisagens impressionantes
Na Ilha do Peixe, os cactos gigantes, que chegam a 5 metros de altura, chamam a atenção. Além da pausa no salar, onde até andei de bicicleta, também foi possível contemplar o Vulcão Ollague – ainda ativo –, a Árvore da Pedra e a Laguna Colorada, onde flamingos de cor rosada contrastam com os tons de azul e vermelho da água.
Gêiseres do Fumaroles de Sol de Mañana, alojamento em fontes naturais para banhos de água termal, a Laguna Verde, o Canyon Anaconda e o Vale das Pedras se somam a montanhas rochosas cortadas por rios, com vegetação verdinha e rica em nutrientes.
É nesse cenário, chamado de Paraíso da Lhamas, que os animais se espalham para encontrar água e alimento.
Cuidados e dicas
É fundamental contratar guias turísticos ou agências com experiência comprovada, como a Quechua Connection 4WD. Isso porque é comum encontrar carros atolados ou com pneus furados e viajantes independentes perdidos pelo caminho.
Outra dica é verificar as condições climáticas antes de arrumar a mala. As roupas adequadas e um bom protetor solar fazem toda a diferença.
O câmbio, apesar de variar, é bem convidativo (1 Real = 1,18 Peso Boliviano). No entanto, levar dinheiro em espécie é imprescindível para fazer compras nas lojinhas. Isso porque, onde não há wi-fi disponível (muitos lugares), não é possível pagar com cartão.
Como chegar
A partir de São Paulo, há várias possibilidades, desde ônibus, passando por Mato Grosso do Sul, a trem. De avião, a Boa (Boliviana de viación) oferece opções de ida e volta, partindo do Aeroporto de Guarulhos, com escalas em Santa Cruz de La Sierra e La Paz. O preço para uma pessoa (junho/25) pode chegar a R$ 1900 (ida e volta).
O mais especial dessa viagem, pelo menos para mim, é o contraste de paisagens que é possível ver em apenas três dias. De desertos a vales, de montanhas a lagos, de flamingos a lhamas e vicunhas. Certamente, em uma próxima ida à Bolívia, muito mais poderá ser conhecido desse país tão peculiar.
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