A tensão entre Índia e Paquistão não é novidade. Desde 1947, quando os dois países se tornaram independentes após o fim da colonização britânica, eles vivem em constante atrito, principalmente por causa da região da Caxemira. Localizada no norte, a área é alvo de disputa territorial e tem sido o estopim para diversas crises anteriores.
Agora, esse impasse ganhou novos contornos. Na manhã desta quarta-feira (7), a Índia lançou mísseis contra áreas do Paquistão, inclusive na parte paquistanesa da Caxemira. O ataque, que durou cerca de 25 minutos, deixou 12 mortos e 38 feridos. Segundo o governo indiano, o alvo foi a infraestrutura de dois grupos armados acusados de terrorismo.
Conflito pode ter começado com represália
De acordo com as autoridades indianas, a ação militar foi uma resposta direta a um ataque ocorrido em 22 de abril. Na ocasião, homens armados abriram fogo contra turistas em Pahalgam, na Caxemira indiana, deixando 26 mortos. O Paquistão nega envolvimento, mas a Índia afirma ter provas da ligação com grupos extremistas baseados no território paquistanês.
Apesar do discurso de que não pretendia escalar o conflito, a retaliação provocou uma resposta imediata do Paquistão, que revidou com tiros na fronteira e abateu cinco aviões indianos. O primeiro-ministro paquistanês classificou a ofensiva como um “ato de guerra” e prometeu responder à altura.
Impacto da escalada entre Índia e Paquistão nas populações locais
Enquanto os governos trocam acusações, quem sofre é a população. Famílias estão deixando suas casas na Caxemira indiana por medo de novos ataques. Além disso, parte do espaço aéreo do Paquistão está fechado, dificultando deslocamentos e prejudicando a economia local. Outro agravante é o corte no fornecimento de água – já que os rios que abastecem o Paquistão nascem na Índia, o país vizinho tem usado isso como forma de pressão.
Ameaça de armas nucleares amplia o risco da nova guerra
Um dos maiores temores da comunidade internacional é o fato de Índia e Paquistão serem potências nucleares. Juntos, eles possuem cerca de 350 ogivas atômicas. Embora essas armas estejam armazenadas e não prontas para uso imediato, o simples fato de existirem em meio a uma crise já é suficiente para deixar o mundo em alerta.
Na última vez em que os dois países se enfrentaram diretamente, em 1999, o risco de um conflito nuclear foi levado a sério. Agora, com o cenário ainda mais instável, muitos especialistas temem que essa nova guerra possa ganhar proporções catastróficas.
Raízes históricas alimentam o conflito
O que está por trás de toda essa tensão vai muito além dos ataques recentes. A Caxemira é uma região estratégica e com forte presença militar. A Índia acusa o Paquistão de apoiar grupos extremistas que atuam na área, como o Lashkar-e-Tayyiba – o mesmo responsável por um ataque em Mumbai, em 2008, que matou 166 pessoas.
Por outro lado, o Paquistão rejeita essas acusações e afirma que a Índia usa o argumento do terrorismo para justificar sua presença militar na região. Com tantas versões conflitantes, o medo é que o embate se prolongue e ganhe dimensões ainda maiores.
Resumo final:
A tensão entre Índia e Paquistão chegou a um novo patamar após ataques com mísseis e represálias. Enquanto a população sofre com os impactos diretos, o mundo observa com preocupação os movimentos de duas potências nucleares. As causas históricas, a disputa pela Caxemira e os riscos de uma nova guerra fazem deste conflito um dos mais perigosos da atualidade.
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