No último domingo (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em sua rede social que pretende aplicar uma taxa de 100% sobre filmes produzidos fora do país. Segundo ele, o objetivo é resgatar a força da indústria cinematográfica americana, que estaria sofrendo com a concorrência de estúdios estrangeiros.
“QUEREMOS FILMES FEITOS NA AMÉRICA, NOVAMENTE!”, escreveu Trump, defendendo que outros países têm oferecido incentivos fiscais generosos para atrair cineastas norte-americanos. Para ele, essa estratégia coloca Hollywood em desvantagem.
Isenções fiscais em outros países afetam Hollywood, diz Trump
De acordo com Trump, cidades como Toronto e Dublin passaram a oferecer benefícios fiscais tão atrativos que têm seduzido as grandes produções para longe da Califórnia. Como consequência, muitos filmes deixam de ser gravados nos Estados Unidos, o que preocupa empresários do setor.
Além disso, o atual governador da Califórnia, Gavin Newsom, também demonstrou preocupação com o setor. Para tentar conter essa fuga de produções, ele propôs um pacote de créditos fiscais que visa estimular a retomada das gravações em solo americano.
Taxação de filmes ainda levanta dúvidas entre especialistas
Apesar do tom enfático de Trump, a proposta de taxação de filmes ainda não tem um caminho claro. Embora ele tenha afirmado que autorizou o Departamento de Comércio e o Escritório do Representante Comercial (USTR) a darem início ao processo, a taxa não foi formalmente instituída.
Especialistas alertam que barreiras comerciais indiretas, como normas regulatórias ou políticas de imposto, já afetam parte do setor. No entanto, uma taxa direta de 100% sobre conteúdos estrangeiros pode esbarrar em acordos internacionais ou gerar represálias.
Mercado ainda se recupera dos impactos da pandemia
Mesmo com a intenção de proteger Hollywood, o cenário atual mostra que o setor audiovisual nos Estados Unidos ainda sente os reflexos da pandemia. Antes de 2020, a bilheteria interna girava em torno de US$ 12 bilhões ao ano. Desde então, não ultrapassa os US$ 9 bilhões, e o número de lançamentos caiu quase pela metade.
Além da queda nas receitas, existe também uma mudança no comportamento do público, que passou a consumir mais conteúdo por streaming e menos em salas de cinema.
Resumo:
Donald Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros para tentar impulsionar a indústria cinematográfica dos EUA. A proposta reacendeu o debate sobre os incentivos fiscais oferecidos por outros países e levantou dúvidas sobre sua viabilidade. Enquanto isso, Hollywood ainda busca se reerguer após os impactos da pandemia.
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