A busca por uma barriga mais enxuta costuma levar muita gente a apostar em dietas que cortam calorias de forma radical. Mas será que apenas “comer menos” resolve? Para o nutrólogo Dr. Ronan Araujo, a resposta é: não necessariamente.
Embora o déficit calórico seja uma base do emagrecimento, ou seja, consumir menos energia do que se gasta, a perda de gordura abdominal envolve outros fatores igualmente importantes, como qualidade da alimentação, equilíbrio hormonal, nível de estresse e composição corporal.
O que acontece quando você apenas reduz calorias
Segundo o especialista, dietas muito restritivas podem levar a efeitos indesejados:
- Perda de massa muscular:
Com menos calorias e proteínas, o corpo pode usar os músculos como fonte de energia, prejudicando o metabolismo. - Metabolismo mais lento:
O organismo entra em “modo economia”, diminuindo o gasto calórico e dificultando a perda de peso — o chamado efeito platô. - Desequilíbrio hormonal:
Hormônios como cortisol, insulina, leptina e grelina ficam desregulados, aumentando o apetite e a tendência de acúmulo de gordura na barriga. - Fome e compulsão alimentar:
A restrição intensa pode gerar episódios de compulsão, frustração e efeito sanfona, dificultando a manutenção de hábitos saudáveis.
Comer melhor é mais eficaz do que apenas comer menos
De acordo com o Dr. Ronan, o caminho mais eficaz para reduzir a gordura abdominal está na qualidade da alimentação e em um estilo de vida equilibrado. Ele destaca cinco pilares importantes:
Aposte em fibras solúveis:
Alimentos como aveia, maçã e feijão aumentam a saciedade, controlam o açúcar no sangue e reduzem a absorção de gordura.
Dê preferência às proteínas magras:
Carnes magras, ovos e leguminosas ajudam a preservar a massa muscular e aceleram o metabolismo durante a digestão.
Corte açúcares e refinados:
Massas, doces e pães brancos aumentam os níveis de insulina, favorecendo o acúmulo de gordura na barriga. Prefira integrais.
Mexa-se com frequência:
Exercícios aeróbicos (como caminhada e corrida) somados a treinos de força (musculação) são a combinação ideal para queimar gordura e preservar os músculos.
Gerencie o estresse:
Altos níveis de cortisol, hormônio liberado em situações de estresse, estão ligados ao aumento de gordura visceral. Práticas como meditação e respiração consciente ajudam a equilibrar esse processo.
“A gordura abdominal não desaparece da noite para o dia, mas com uma abordagem equilibrada e paciente, os resultados aparecem. O importante é fazer escolhas sustentáveis, que cuidem da saúde no longo prazo – e não apenas seguir dietas passageiras que prometem milagres”, conclui o Dr. Ronan.
Resumo:
Reduzir calorias pode ajudar a emagrecer, mas não basta para eliminar a gordura abdominal. A matéria mostra por que focar apenas em “comer menos” pode desacelerar o metabolismo, e destaca estratégias mais eficazes para perder barriga com saúde e equilíbrio.
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