Sabe aquele dia difícil, em que tudo o que você quer é um pedaço de bolo ou uma porção de batata frita? Isso é mais comum do que parece. Situações assim têm nome: fome emocional. Isso acontece quando buscamos comida para lidar com sentimentos — tanto bons quanto ruins — mesmo sem estar com fome de verdade. Ou seja, as emoções afetam a fome e podem nos levar a comer por impulso.
Esse comportamento está ligado a lembranças afetivas, conforto e prazer. “É normal ter fome psicológica, porque o ser humano se nutre de alimentos e sentimentos”, destaca a nutricionista Sophie Deram ao portal Drauzio Varella. O problema começa quando a comida vira o único jeito de aliviar a dor emocional.
Diferença entre fome emocional e compulsão alimentar
Apesar de parecidos, fome emocional e transtorno de compulsão alimentar não são a mesma coisa. Enquanto o primeiro tem relação com o ato de buscar prazer ou alívio momentâneo, o segundo é uma condição psiquiátrica mais séria, que exige acompanhamento especializado.
Na compulsão alimentar, a pessoa perde o controle e ingere grandes quantidades de comida em pouco tempo, mesmo sem fome, e geralmente sente culpa ou vergonha logo depois. Esse tipo de comportamento pode acontecer ao menos uma vez por semana durante meses, e não está ligado apenas a doces — alimentos salgados e refeições completas também entram na conta.
Por isso, entender como as emoções afetam a fome é essencial para reconhecer os sinais e buscar ajuda quando necessário.
Dietas restritivas podem agravar o quadro
Muita gente acredita que controlar a alimentação com dietas rigorosas é a melhor saída. No entanto, especialistas alertam: restringir demais os alimentos pode gerar o efeito contrário. Quando o corpo passa por privações, o cérebro reage com ainda mais desejo por comida, o que pode desencadear um episódio compulsivo.
De acordo com os profissionais, o primeiro passo é abandonar a ideia de dieta restritiva e aprender a nutrir o corpo com equilíbrio e consciência. Comer com prazer e sem culpa pode ser um caminho mais seguro e saudável para lidar com o que sentimos.
Buscar ajuda é fundamental para tratar a compulsão
Se os episódios de descontrole alimentar se tornam frequentes, é hora de procurar um médico psiquiatra. O tratamento, em geral, envolve uma equipe multidisciplinar, com psicoterapia, acompanhamento nutricional especializado e, em alguns casos, medicação.
Vale lembrar que nem todo nutricionista está preparado para lidar com esse tipo de situação. É importante buscar profissionais com foco em comportamento alimentar, que ofereçam acolhimento e escuta ativa, sem julgamentos nem soluções simplistas.
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