Na aguardada sequência do filme ‘Divertida Mente 2‘, a protagonista Riley enfrenta os desafios da puberdade, lidando com novas emoções: ansiedade, vergonha, inveja e tédio. Este período de transição é marcado por profundas mudanças físicas, psicológicas e sociais, e compreender essas emoções é fundamental para auxiliar adolescentes e pais a navegar por essa fase de maneira saudável e equilibrada.
Com o intuito de se aprofundar no tema trazido em ‘Divertida Mente 2‘, AnaMaria conversou com o psicólogo Yuri Busin, mestre e doutor em Neurociência do Comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, para entender melhor as emoções na adolescência. Confira a seguir.
O que muda nas emoções durante a adolescência?
Durante a adolescência, as emoções passam por significativas transformações devido a uma combinação de influências biológicas, psicológicas e sociais, como é mostrado em ‘Divertida Mente 2‘. Yuri explica que, biologicamente, os adolescentes experimentam mudanças hormonais intensas, como aumentos nos níveis de testosterona e estrogênio, que resultam em oscilações emocionais mais pronunciadas.
“Psicologicamente, a adolescência é um período de formação da identidade e de exploração pessoal. Os adolescentes começam a moldar suas personalidades, experimentando comportamentos intensos e desenvolvendo uma autoconsciência acentuada. Eles se preocupam mais com a imagem e a aceitação social, o que pode intensificar suas emoções”, aponta o psicólogo.
Socialmente, ele destaca que as mudanças nas dinâmicas familiares e escolares, bem como a crescente importância dos pares e relacionamentos amorosos, acrescentam mais camadas de complexidade emocional. Pressões como a necessidade de ir bem na escola e passar no vestibular também influenciam o estado emocional dos adolescentes, que estão aprendendo a lidar com diversas experiências novas e desafiadoras.
Adolescentes: mudança de comportamento ou problema emocional?
Como as novas emoções de ‘Divertida Mente 2’ se manifestam nessa fase da vida?
Em ‘Divertida Mente 2‘, a protagonista Riley passa a enfrentar a puberdade e novos sentimentos, como ansiedade, vergonha, inveja e tédio. O psicólogo Yuri Busin mostra como essas emoções, comuns durante a adolescência, se manifestam. Veja a seguir:
- Ansiedade: é caracterizada por um medo intenso do futuro, resultando em nervosismo e preocupação. Os adolescentes frequentemente têm dificuldade de concentração e podem ficar mais irritados. As pressões acadêmicas, questões corporais e a incerteza sobre o futuro são fatores que intensificam a ansiedade;
- Vergonha: é o sentimento de inadequação, onde o adolescente sente que está sendo julgado negativamente. Isso pode levar a um desejo de se esconder ou se retirar, especialmente após críticas sociais, falhas públicas ou comparações desfavoráveis;
- Inveja: surge de comparações constantes com os outros, gerando ressentimento quando alguém possui algo que o adolescente não tem. Esse sentimento de injustiça pode levar até a raiva em relação à pessoa invejada;
- Tédio: manifesta-se como apatia e falta de interesse pelas atividades. Isso geralmente ocorre devido à ausência de desafios ou atividades estimulantes, deixando o adolescente desmotivado e sem vontade de participar de tarefas cotidianas.
Essas novas emoções, representadas em ‘Divertida Mente 2, refletem os desafios emocionais complexos que os adolescentes enfrentam, exigindo compreensão e apoio adequado dos adultos ao seu redor.
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Como lidar com essas emoções que surgem durante a puberdade
Durante a puberdade, muitos sentimentos e emoções — como as apresentadas em ‘Divertida Mente 2‘ — surgem. E a boa notícia é que, segundo Yuri, há maneiras eficazes de ajudar os adolescentes a lidar com essas emoções.
Primeiramente, a psicoterapia é altamente recomendada para que os adolescentes entendam e processem essas emoções complexas. Além disso, pais e adolescentes podem se beneficiar da autorreflexão e do entendimento sobre como essas emoções funcionam.
“Um exemplo fácil é promover atividades físicas, porque elas reduzem muito o estresse, promovem a elevação de dopamina e serotonina, além de que geram movimentação, desejo e desafio. Se o adolescente não gostar das atividades tradicionais não tem problema, é importante achar uma atividade que ele goste”, aponta o psicólogo.
Para lidar com a vergonha, Yuri explica que é importante entender sua origem e trabalhar a comunicação do adolescente. “Práticas como teatro e desensibilização a certas situações podem ajudar, assim como a terapia cognitivo-comportamental”, sugere.
Lidando com a inveja, o especialista destaca que é essencial ensinar o adolescente sobre justiça e valores positivos, ajudando-os a entender suas próprias percepções e sentimentos. Quanto ao tédio, desafios e novos hobbies podem ser muito benéficos. Estabelecer metas e introduzir atividades novas pode estimular o interesse e a motivação nesse sentido.
Essas abordagens não apenas ajudam a gerenciar as emoções, mas também promovem um desenvolvimento emocional saudável durante a puberdade.
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