O bullying é um problema que muitas vezes passa despercebido até que seus efeitos se tornem evidentes. A psicopedagoga Andrea Nasciutti explica que essa violência, seja física ou emocional, pode afetar gravemente a saúde mental de crianças e adolescentes. Quando uma criança se torna alvo de bullying, ela pode passar por várias dificuldades, como ansiedade e depressão, além de um impacto negativo na sua autoestima. A violência contínua e repetitiva enfraquece a confiança do jovem, tornando-o mais vulnerável ao sofrimento psicológico.
As consequências do bullying não se limitam à infância. Andrea destaca que, se não tratadas, essas sequelas podem acompanhar a pessoa por toda a vida, afetando sua saúde mental, suas relações pessoais e até seu desempenho profissional.
Como identificar se seu filho é alvo de bullying?
É importante que os pais fiquem atentos aos sinais de que seu filho possa estar sendo vítima de bullying. Mudanças de comportamento, como resistência em ir para a escola ou queda no desempenho escolar, são algumas das primeiras indicações de que algo pode não estar bem. A psicopedagoga explica que, além disso, o jovem pode começar a se isolar mais, evitando eventos sociais fora da escola, como festas e encontros com amigos.
Além disso, mudanças nos hábitos alimentares, como comer demais ou ficar sem apetite, e até mudanças no estilo de se vestir, como esconder-se atrás de roupas largas ou capuzes, também são comportamentos que podem sinalizar que algo está errado. Embora essas mudanças possam ser comuns em várias fases da adolescência, é essencial que os pais investiguem qualquer comportamento que pareça fora do normal.
A relação entre ansiedade e depressão no contexto do bullying
Os efeitos do bullying vão além da dor emocional. Nasciutti alerta que as vítimas dessa violência estão mais propensas a desenvolver ansiedade e depressão. O impacto no emocional da criança pode se estender para diversos aspectos da vida dela, dificultando as relações sociais e até o desenvolvimento de habilidades emocionais importantes. Ao ser constantemente humilhado ou rejeitado, o jovem começa a internalizar essas experiências, o que pode levar ao desenvolvimento de transtornos psicológicos sérios.
Por isso, a atuação da família é essencial. Andrea sugere que os pais ofereçam suporte emocional, sem pressionar a criança a reagir de imediato, já que o jovem pode não ter a maturidade necessária para lidar com essa situação sozinho.
O que fazer para ajudar seu filho que é alvo de bullying?
Quando um pai ou mãe percebe que o filho é alvo de bullying, é fundamental que ele receba apoio emocional imediato. Andrea explica que, ao invés de cobrar uma atitude do jovem, a família deve focar em fortalecer sua confiança. O primeiro passo é buscar uma comunicação aberta com o filho, sem julgamentos, para que ele se sinta seguro e acolhido.
A psicopedagoga recomenda que os pais entrem em contato com a escola para relatar o problema e buscar soluções em conjunto. Além disso, é fundamental procurar apoio psicológico para ajudar o jovem a lidar com os efeitos do bullying e evitar que ele desenvolva ansiedade e depressão.
O papel da família no enfrentamento do bullying
Andrea enfatiza que o apoio familiar é crucial para combater as consequências do bullying. A criança ou adolescente, ao ser acolhido pela família, tende a se sentir mais seguro e compreendido. Isso pode ajudar a melhorar sua autoestima e reduzir os efeitos negativos dessa violência. Quando a família percebe que o jovem está em sofrimento, é importante não apenas oferecer apoio emocional, mas também buscar estratégias mais eficazes para lidar com o problema. O auxílio de um especialista, como psicólogo ou psicopedagogo, pode ser decisivo para a recuperação da criança ou adolescente.
A importância do acompanhamento psicológico
Um acompanhamento psicológico é essencial para tratar os danos emocionais causados pelo bullying, especialmente quando esses danos levam à ansiedade e depressão. A especialista sugere que o tratamento psicológico deve incluir estratégias para ajudar o jovem a melhorar sua autoestima e confiança. Isso pode incluir sessões de terapia, atividades em grupo e até técnicas de relaxamento para reduzir o estresse. O objetivo é garantir que a criança ou adolescente desenvolva habilidades para lidar com as adversidades e fortalecer sua saúde emocional.
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