O Dia Mundial do Sono, que acontece nesta sexta-feira (14), chama atenção para a importância de um sono reparador para a saúde e o bem-estar. Mas você sabia que a forma como respiramos pode afetar diretamente a qualidade do descanso?
Distúrbios respiratórios, como ronco e apneia do sono, estão entre os principais fatores que prejudicam uma noite tranquila. Roncar, por exemplo, pode parecer um problema comum, mas quando acontece com frequência, é preciso ficar atento.
A otorrinolaringologista Maura Neves, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o ronco pode ser sinal de obstrução das vias respiratórias, o que pode levar a complicações graves. “A apneia do sono está associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão e arritmia, além de derrame e diabetes”, alerta.
Como identificar problemas respiratórios durante o sono?
Para ajudar a reconhecer sinais de alerta, a otorrinolaringologista Roberta Pilla, membro da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial), destaca alguns sintomas da apneia:
- Boca seca ao acordar;
- Sonolência diurna excessiva;
- Sono fragmentado;
- Dor de cabeça matinal;
- Dificuldade de concentração;
- Irritabilidade.
Mesmo sem apneia, respirar pela boca durante o sono pode ser um problema. “O ar deve entrar pelo nariz para ser filtrado, umidificado e aquecido antes de chegar aos pulmões. A respiração oral constante precisa ser investigada”, enfatiza a especialista.
A respiração bucal pode ser causada por rinite alérgica, desvio de septo, pólipos nasais e hipertrofia das amígdalas. A longo prazo, pode levar a alterações craniofaciais e até mesmo dificuldades de aprendizado e hiperatividade.
Diagnóstico e tratamento: o que fazer?
O diagnóstico da apneia do sono é feito por meio da polissonografia, exame que avalia os estágios do sono e eventuais interrupções respiratórias. “O exame é indicado para pacientes que apresentam sintomas como sonolência diurna, dificuldade de concentração e cansaço excessivo”, explica Maura.
O tratamento varia conforme a gravidade do caso e pode incluir cirurgia, uso de aparelhos intraorais ou o CPAP, um dispositivo que auxilia na respiração noturna. Já para casos de respiração bucal, é necessário avaliar o uso de medicamentos para rinites, correção de desvio de septo e acompanhamento odontológico.
Como melhorar a respiração e dormir melhor?
Para melhorar a qualidade do sono, algumas práticas podem ajudar:
- Respiração diafragmática: inspire profundamente pelo nariz e solte o ar lentamente pela boca;
- Boa postura: evite posturas que comprimam o diafragma e dificultem a respiração;
- Reduza a exposição a poluentes: evite fumaça de cigarro e ambientes poluídos;
- Atividade física: exercícios ajudam a fortalecer o sistema respiratório;
- Hidratação: beba bastante água para manter as vias respiratórias saudáveis;
- Controle do estresse: práticas como meditação e ioga podem ajudar na respiração;
- Avaliação médica: um otorrinolaringologista pode diagnosticar e tratar alterações respiratórias.
Neste Dia Mundial do Sono, fica o alerta: dormir bem começa com uma respiração adequada. Preste atenção aos sinais do seu corpo e busque orientação profissional, se necessário!
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