A vida da mulher é marcada por transformações físicas e emocionais, e o coração não fica de fora dessas mudanças. Durante a gravidez e na menopausa, as mudanças hormonais podem influenciar diretamente o ritmo cardíaco, levando a quadros de arritmias. Mas o que isso significa e como podemos cuidar do coração nessas fases tão importantes? Vamos explorar!
O que são arritmias e por que elas acontecem?
As arritmias são alterações no ritmo dos batimentos cardíacos, que podem ficar mais acelerados, lentos ou irregulares. Segundo Maria Alayde Rivera, cardiologista e coordenadora da Área da Mulher da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), algumas arritmias são benignas e não exigem tratamento, como as extrassístoles isoladas. No entanto, outras podem representar riscos sérios, como taquiarritmias atriais e ventriculares, que demandam acompanhamento médico.
Durante a gravidez, por exemplo, o aumento do volume sanguíneo e as mudanças hormonais podem desencadear ou agravar esses distúrbios. Já na menopausa, a redução dos níveis de estrogênio pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares, incluindo arritmias.
Arritmias na gravidez: o que toda gestante precisa saber
A gestação é um período de intensas transformações no corpo da mulher. Além do crescimento do bebê, o coração também trabalha em dobro, bombeando mais sangue para suprir as necessidades da mãe e do feto. Esse esforço extra, somado às mudanças hormonais, pode levar ao surgimento de arritmias na gravidez.
Maria explica que, embora a maioria das gestações ocorra sem complicações, cerca de 1 a 4% das gestantes podem apresentar doenças cardíacas, muitas vezes sem diagnóstico prévio. “Algumas arritmias são leves e transitórias, mas, em casos de mulheres com doenças cardíacas estruturais ou elétricas, o quadro pode ser mais grave e exigir cuidados específicos”, alerta a especialista.
Sintomas como palpitações, tonturas, desmaios ou falta de ar devem ser investigados imediatamente. O acompanhamento médico é essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê.
Menopausa: um novo desafio para o coração feminino
Assim como na gravidez, a menopausa traz consigo uma série de mudanças hormonais que impactam diretamente a saúde cardiovascular. Com a queda dos níveis de estrogênio, o corpo da mulher fica mais suscetível ao acúmulo de gordura abdominal, aumento da pressão arterial e alterações nos níveis de colesterol e glicose.
Esses fatores contribuem para o desenvolvimento de doenças como aterosclerose, infarto e, claro, arritmias. A especialista destaca que, nessa fase, as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver Fibrilação Atrial, uma arritmia associada a riscos elevados de Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Por isso, é fundamental investigar e tratar qualquer alteração cardíaca, principalmente após a menopausa”, reforça a cardiologista.
Como identificar e prevenir as arritmias?
Seja durante a gravidez ou na menopausa, é importante ficar atenta aos sinais que o corpo emite. Palpitações frequentes, tonturas, desmaios e falta de ar são sintomas que merecem atenção e devem ser avaliados por um cardiologista.
Para as gestantes, o pré-natal é um momento crucial para monitorar a saúde cardíaca. Já para as mulheres na menopausa, exames de rotina e um estilo de vida saudável são aliados poderosos na prevenção de arritmias e outras doenças cardiovasculares.
Cuidar do coração é cuidar da vida
O coração da mulher passa por muitas fases ao longo da vida, e cada uma delas exige atenção e cuidado. Seja durante a gravidez ou na menopausa, com as mudanças hormonais, é essencial manter um acompanhamento médico regular e adotar hábitos que promovam a saúde cardiovascular.
Como diz a cardiologista, “cuidar do coração em todas as fases da vida é um passo essencial para manter a saúde e o bem-estar da mulher”. Então, que tal começar hoje mesmo a prestar mais atenção no seu coração?
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