O crescimento dos casos de sífilis tem sido motivo de alerta para profissionais da saúde, especialmente com a proximidade do Carnaval, período marcado pelo aumento das relações sexuais casuais.
Dados recentes indicam que os casos de sífilis adquirida cresceram 17,76% entre 2022 e 2024 na região de Piracicaba, refletindo uma tendência preocupante em outras localidades.
Por que os casos de sífilis estão aumentando?
Segundo especialistas, diversos fatores contribuem para essa alta nos diagnósticos da doença:
- Diminuição do uso de preservativo;
- Mudança no comportamento sexual, com maior número de parceiros;
- Desinformação sobre transmissão e tratamento;
- Aumento da testagem, que identifica mais casos;
- Falta de acesso a serviços de saúde;
- Desabastecimento de medicação.
Durante o Carnaval, o risco de transmissão se intensifica devido ao aumento das relações sexuais desprotegidas.
O que é a sífilis?
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão ocorre por meio de relações sexuais sem preservativo (oral, vaginal ou anal) ou da mãe para o bebê durante a gestação ou parto (sífilis congênita).
Principais sintomas da sífilis
Os sintomas variam conforme a fase da doença:
- Sífilis primária: Ferida indolor na região íntima, na boca ou em outros locais do corpo que tiveram contato com a bactéria. A lesão, chamada cancro duro, desaparece sozinha, o que pode levar a pessoa a não buscar tratamento.
- Sífilis secundária: Manchas vermelhas na pele, que podem ser confundidas com alergias ou até mesmo dengue. Além disso, pode causar febre, dor de cabeça, mal-estar e ínguas pelo corpo.
- Sífilis terciária: A forma mais grave da doença, podendo ocorrer entre 1 e 40 anos após o contágio. Pode causar lesões na pele, nos ossos, no coração e no sistema nervoso central, levando a complicações sérias e até à morte.
Como diagnosticar e tratar a sífilis?
O diagnóstico da sífilis pode ser feito gratuitamente pelo SUS, através de testes rápidos disponíveis nas unidades de saúde. O Ministério da Saúde também recomenda que os parceiros sexuais sejam testados e tratados, evitando reinfecções.
O tratamento é realizado com penicilina benzatina, conhecida como Benzetacil, disponível gratuitamente nas unidades de saúde. Quanto mais cedo for identificada a doença, mais rápido e eficaz será o tratamento.
Como se prevenir durante o Carnaval?
- Use preservativo em todas as relações sexuais: Camisinhas masculinas e femininas são distribuídas gratuitamente nos postos de saúde.
- Realize testagens periódicas: Conhecer seu estado de saúde é fundamental para evitar a transmissão e buscar tratamento rapidamente, se necessário.
- Evite o consumo excessivo de álcool e drogas: Substâncias podem comprometer o julgamento e levar a práticas sexuais desprotegidas.
- Caso tenha parceiros fixos, incentive o teste para ISTs: O diagnóstico precoce protege ambas as partes e evita complicações futuras.
Com medidas preventivas simples, é possível aproveitar o Carnaval com segurança e evitar o aumento de casos de sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis. A conscientização é o primeiro passo para frear essa epidemia silenciosa.