Os sinais silenciosos e perigosos da pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma condição grave que afeta cerca de 150 mil gestantes no Brasil anualmente. Caracterizada pelo aumento da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, pode evoluir rapidamente e levar a complicações severas para a mãe e o bebê.
O caso recente da cantora Lexa, que precisou de internação prolongada e enfrentou um parto prematuro, perdendo seu bebê apenas 3 dias após o nascimento, trouxe à tona a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico rigoroso.
Entenda o que aconteceu com a bebê de Lexa
Lexa deu à luz Sofia em 2 de fevereiro, mas a menina faleceu três dias depois. A artista estava internada desde 20 de janeiro devido à pré-eclâmpsia e falou pela primeira vez, ao Fantástico. A entrevista vai ao ar amanhã.
“Sentia uma dor de estômago muito forte, minha dor de cabeça não passava, minha mão estava de um jeito que já não fechava mais”, conta.
Quando estava com 6 meses de gestação, Lexa deu à luz à pequena Sofia. “As pessoas precisam entender o quão grave é uma pré-eclâmpsia (…) minha pré-eclampsia foi muito precoce, extremamente rara e grave… o meu fígado começou a comprometer, os meus rins e o doppler da minha bebezinha também… mais um dia e eu não estaria aqui pra contar nem a minha história e nem a dela. Agora, tô buscando um rumo na minha vida, uma parte de mim se foi”, lamentou Lexa.
O que é a pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é um quadro de hipertensão arterial na gravidez que pode comprometer órgãos vitais, como rins e fígado, causar descolamento da placenta e resultar em partos prematuros.
Em sua forma mais grave, pode levar à eclâmpsia, que se manifesta com convulsões e risco de morte para a mãe e o bebê.
Sinais de alerta
Apesar de perigosa, a pré-eclâmpsia pode se manifestar de forma silenciosa, tornando essencial o monitoramento contínuo durante o pré-natal. Alguns dos principais sinais incluem:
- Inchaço excessivo nas mãos, pés e rosto;
- Ganho de peso repentino sem explicação aparente;
- Dores de cabeça intensas e persistentes;
- Alterações na visão, como visão embaçada, pontos brilhantes ou sensibilidade à luz;
- Dor na parte superior do abdômen, geralmente do lado direito;
- Náusea e vômito sem relação com alimentação;
- Diminuição da produção de urina;
- Falta de ar e sensação de pressão no peito.
Quem tem maior risco?
Alguns fatores aumentam as chances de uma mulher desenvolver pré-eclâmpsia, como:
- Hipertensão arterial crônica;
- Primeira gestação;
- Histórico familiar de pré-eclâmpsia;
- Idade materna acima de 35 anos ou abaixo de 18;
- Diabetes e outras doenças autoimunes, como lúpus;
- Obesidade;
- Gestação gemelar.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico precoce é essencial e pode ser feito através da medição da pressão arterial, exames laboratoriais para verificar proteínas na urina e níveis de plaquetas, além da ultrassonografia para avaliar a saúde do bebê.
O tratamento varia conforme a gravidade do caso e pode incluir:
- Uso de medicamentos para controle da pressão arterial;
- Monitoramento rigoroso da gestação;
- Internação em casos mais graves para acompanhamento constante.
Nos casos mais severos, o único tratamento definitivo é o parto, mesmo que prematuro, para evitar riscos fatais à mãe e ao bebê.
Prevenção e cuidados
Embora não exista uma forma garantida de evitar a pré-eclâmpsia, algumas medidas podem reduzir os riscos:
- Acompanhamento pré-natal regular;
- Controle da pressão arterial e do peso;
- Alimentação equilibrada e consumo adequado de água;
- Atividade física moderada, conforme orientação médica.
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