De acordo com dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o uso do cheque no Brasil caiu vertiginosamente, atingindo uma redução de 95,9% entre 1996 e 2024. Enquanto 3,3 bilhões de cheques foram compensados em 1996, o número foi reduzido a apenas 137,6 milhões no último ano.
No entanto, o valor movimentado com os cheques em 2024 ainda surpreendeu, alcançando a cifra de R$ 523,2 bilhões. Isso ocorre, principalmente, porque o cheque apresenta um valor médio mais alto, R$ 3.782,57, se comparado a métodos como o Pix, com média de R$ 416,18.
O papel do Banco Central na mudança do cenário
O Banco Central tem acompanhado de perto o declínio do cheque, promovendo iniciativas para a digitalização das transações financeiras. Segundo Thaísa Durso, educadora financeira da Rico “o grande responsável por essa mudança foi a popularização de meios de pagamento digitais, como a transferência digital”, afirma a especialista à Folha de São Paulo. O Pix, lançado em 2020, acelerou ainda mais esse processo. Por ser mais rápido e seguro, o Pix rapidamente conquistou o mercado, representando 44,7% das transações financeiras no Brasil, superando métodos tradicionais como o cheque.
Transferência digital: a protagonista da nova era
Em um cenário onde as transações bancárias são cada vez mais realizadas de forma digital, a transferência digital ganha destaque. O Pix, além de ser o método mais popular, também disputa com TED e transferências bancárias em volume financeiro, com 22,7% da movimentação registrada no terceiro trimestre de 2024. Sua praticidade e segurança fazem com que o cheque seja uma opção cada vez menos atrativa para quem busca rapidez e eficiência. A transferência digital elimina a necessidade de preocupações com saldo insuficiente ou fraudes, comuns no uso de cheques.
A resistência do cheque em alguns contextos
Apesar da crescente adoção das alternativas digitais, o cheque ainda persiste em algumas situações. Ivo Mósca, diretor de produtos da Febraban, aponta que muitos consumidores têm receio de realizar grandes transações por meios digitais, especialmente quando não têm total confiança nos canais eletrônicos.
Além disso, uma parte da população brasileira ainda não tem acesso à internet ou dispositivos digitais, o que faz com que o cheque continue sendo uma opção viável. A realidade do cheque-caução também contribui para sua sobrevivência, principalmente em transações no setor imobiliário e automotivo.
A relação do Banco Central com as alternativas de pagamento
Para o Banco Central, a digitalização das transações bancárias e o avanço das tecnologias têm contribuído para a diminuição do uso do cheque. Contudo, a instituição entende que, em determinados contextos, o cheque ainda oferece vantagens para quem prefere pagamentos mais tradicionais ou adiados. Porém, a tendência é que o uso do cheque continue diminuindo com o tempo, uma vez que o Pix e outras formas de transferência digital se tornam cada vez mais populares.
O futuro do cheque no Brasil
Embora o cheque ainda tenha seu lugar em algumas transações, não há dúvida de que sua relevância está em declínio. Com a adoção crescente de soluções como o Pix e a transferência digital, é possível afirmar que o cheque está se tornando uma ferramenta cada vez mais obsoleta. Para o futuro, a expectativa é de que o cheque continue a cair em desuso, sem grandes perspectivas de um retorno significativo.
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