Em um passo significativo, os Estados Unidos decidiram retirar-se do Acordo de Paris no ano passado. Esta decisão, tomada sob a liderança do então presidente Donald Trump, gerou muitas discussões a nível global. O Acordo de Paris, firmado em 2015, visava unir esforços internacionais para combater a mudança no clima, limitando o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
O prazo para que quase 200 nações signatárias apresentassem seus novos planos climáticos à ONU expirou recentemente. Essa ação tinha como objetivo delinear estratégias para reduzir as emissões até 2035. No entanto, muitos dos principais emissores de poluentes, como China, Índia e União Europeia, ainda não cumpriram esse prazo.
Quais são as consequências da inação climática?
A falta de novos compromissos concretos de redução das emissões gera preocupações sobre a capacidade global de retardar o aquecimento. Com o aquecimento global já excedendo 1,5°C em 2023, esperava-se que os governos apresentassem fortes medidas de resposta. Bill Hare, do Climate Analytics, destacou a necessidade de ações mais substanciais para enfrentar essa crise.
Embora algumas economias, incluindo EUA, Reino Unido e Brasil, tenham revelado novas estratégias, o retorno de políticas mais restritivas em termos de contribuições climáticas dos EUA pode afetar esses avanços. A reversão da adesão dos EUA ao acordo internacional sublinhou a volatilidade dos compromissos climáticos nas agendas governamentais.
Como as nações estão respondendo?
Na esfera mundial, muitos países ainda afirmam seu compromisso com iniciativas climáticas mais robustas. Simon Stiell, chefe de clima da ONU, reiterou que a maioria dos países pretende ainda publicar seus planos de ação climática dentro do ano. No entanto, o posicionamento hesitante dos EUA influencia as dinâmicas globais, causando impactos em políticas internas de outras nações.
A União Europeia, através de seu chefe de políticas climáticas, Wopke Hoekstra, indicou que apesar de não ter alinhado seu ciclo de políticas ao prazo estipulado pela ONU, estará preparada para a cúpula da COP30. Enquanto isso, a China segue incerta sobre o momento exato do anúncio de suas metas, salientando a complexidade das negociações climáticas internacionais.
O que está em jogo para o futuro do clima?
O futuro do financiamento e da implementação de projetos de energia limpa permanece uma incógnita, com significativas medidas de financiamento global em 2 trilhões de dólares para infraestrutura verde em 2023. Autoridades acreditam ser crucial dedicar mais tempo para assegurar que os planos nacionais sejam abrangentes e eficazes.
Apesar das declarações otimistas, há um crescente temor de que a mudança climática não esteja recebendo atenção devida nas políticas internas dos governos. A reviravolta dos EUA nas políticas climáticas traz desafios adicionais nas negociações e cooperações internacionais, destacando a importância de um comprometimento firme e conjunto em prol de um planeta mais sustentável.